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A greve que não houve

Marcada oportunisticamente para as vésperas de um feriadão, a greve geral – convocada para 28 de abril de 2017 pelo PT e suas correias de transmissão no movimento sindical – não aconteceu.

O PT tentou manipular os interesses privados dos indivíduos, inseguros com as reformas previdenciária e trabalhista, jogando-os contra o interesse público. A reforma trabalhista melhora a vida dos empregados, mas acaba com privilégios das corporações sindicais (como os bilhões do imposto sindical que são desviados para eleger candidatos do PT e, pior, para financiar um esquema criminoso de poder). A reforma previdenciária é absolutamente necessária e foi, inclusive, defendida por Lula e Dilma sem que os sindicatos dessem um pio (é assim mesmo que agem os pelegos).

Mas e daí? A greve do dia 28 de abril – que entrará no calendário como um novo feriado nacional: o Dia do Pelego ou o Dia do Pneuzaço – não tinha nada a ver com as reformas. A impopularidade das reformas foi apenas um gancho.

A Greve Geral 1

O objetivo da greve era político: contra a prisão de Lula (foi assim que ela foi pensada originalmente, para ocorrer no agito que antecederia o depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro, que no entanto foi adiado). E era também o primeiro ato massivo de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à presidente em 2018.

A greve contra a prisão de Lula

Não deu certo. O povo faltou à greve. Não foram trabalhar os que não puderam, pois as estradas foram bloqueadas com barreiras de pneus queimados. E os ônibus impedidos de circular (o que é facílimo de fazer com um comando de menos de 10 pessoas em cada garagem): além disso, pode-se sempre queimar alguns ônibus que escaparem do cerco.

A greve ônibus

Sim, na impossibilidade de colocar milhões nas ruas, pacificamente, como ocorreu em 15/03, 12/04, 16/08 de 2015 e em 13/03/2016, os pelegos e os militantes petistas resolveram bloquear as estradas e ruas, impedindo as pessoas de circular.

Queimar pneus é mais fácil. A foto abaixo mostra um dos veículos apreendidos pela Polícia Militar do 4ºBPRv com pneus e galões de gasolina na Rodovia Santos Dumont (SP-75).

A greve geral veículo

Nada disso foi espontâneo. Tudo armado para criar o caos nas cidades. E para passar a impressão de que as pessoas estavam revoltadíssimas com o governo Temer, com o golpe do impeachment, com a destruição dos direitos dos trabalhadores.

Para completar o quadro, entraram ao final os conhecidos Black Blocs, sempre dispostos a servir ao PT. Trata-se daquele mesmo pessoal que teve como missão tirar as pessoas pacíficas das ruas nas grandes manifestações de 2013. Naquela época como ontem, eles entraram para tocar o terror, destruindo lojas comerciais, restaurantes e equipamentos públicos.

A greve geral BB 1

A greve geral BB 2

Ou seja, a tal greve geral foi apenas uma insurgência de militantes adversariais. As pessoas comuns não foram atraídas pela esse tipo de manifestação. Não há comparação possível com os atos de 2015 e 2016, que lotaram as ruas e praças de todo pais exigindo a saída do PT do governo.

Tirando a pelegada, que tinha interesse objetivo em barrar o fim do imposto sindical (pois vive disso), a greve que não houve só empolgou os universitários que vivem no mundo da lua e se disfarçam de Sem Teto e de Sem Terra.

A greve MTST

A greve MST

 

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