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As ruas não dão aval à armação Janot-Fachin-Globo

Já denunciamos aqui, desde o primeiro dia (17/05/2017) a armação Janot-Fachin que – potencializada pelas Organizações Globo – agora ampliou-se no Congresso (com a perspectiva da ascensão ao governo do inconfiável Rodrigo Maia e seus aliados de esquerda). Também já detectamos que se tratava de um Fora Temer sem povo.

Enquanto os políticos (e os políticos disfarçados de procuradores e juízes) conspiram usando a Procuradoria Geral da República, o Supremo Tribunal Federal e o Congresso, entretanto, as ruas continuam caladas. Elas não validaram o orquestração.

Se Temer cair não será pelas ruas, como aconteceu com Dilma. Será por efeito de uma trama sórdida, urdida com a ajuda dos bandidos da Friboi.

Os que falam tanto das ruas, agora não sabem explicar por que as ruas não validam o Fora Temer. Uma pista: a tal inteligência coletiva deve existir mesmo. No fundo as pessoas sabem que algo não está certo na tentativa de transformar Temer e Aécio nos maiores e mais perigosos bandidos do país. Depois de 13 anos de PT no governo, destruindo o país, essa hipótese não faz muito sentido.

A Globo, é claro, não acredita em nada nisso. E prossegue estimulando a armação.

É inacreditável como o maior complexo de comunicação do país participou de um golpe sórdido para depor um presidente sem se preocupar com as consequências. Imaginou que no Brasil não haveria ninguém capaz de perceber a trama? Achou que não importa o que as pessoas pensam, baseado em sua capacidade de manipular a opinião pública via broadcasting? Esqueceu ou menosprezou o papel das mídias sociais? Avaliou que conseguirá escrever nos livros de história a sua narrativa (escoimando todas as demais)? Concluiu que ainda vivemos numa época em que a história é sempre a história do vencedor? Este erro pode ser o início do fim da hegemonia midiática da Globo, não pelos motivos apontados pelo PT e sim pela emergência de uma sociedade-em-rede. Podendo se conectar e interagir livremente as pessoas se orientam, umas pelas outras e não a partir de algum centro difusor de versões no padrão um-para-muitos.

Não se sabe bem o que vai acontecer. Muitos, que lutaram pelo impeachment de Dilma, ainda sonham com a condenação e a prisão de Lula – o chefe da verdadeira organização política criminosa. Mas se Lula for preso, tudo indica que será solto em seguida. E, seja qual for o resultado, adotará um discurso eleitoral conveniente. Dirá que, apesar das tentativas das elites, não conseguiram destruir o filho do povo brasileiro.

É improvável também que Lula fique inelegível. Seria preciso uma condenação em segunda instância em tempo hábil. E mesmo assim caberá recurso ao STF (que, parcialmente, está envolvido na trama de tirar Lula e o PT do foco, substituindo-os por Temer, pelo PMDB e pelo PSDB).

Assim, ao que tudo indica, Lula poderá, sim, ser candidato. Na pior das hipóteses será um grande eleitor. Já analisamos aqui as consequências nefastas para a nossa democracia de uma candidatura Lula, direta ou indireta, agora ou em 2018.

Lula conta com um argumento de campanha quase irresistível. Se todos são corruptos, se ficou demonstrado que Temer era o chefe da maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil, por que não voltamos à Lula (que, pelo menos, se preocupa com os mais pobres)?

O desserviço prestado pelos que perderam o foco, dedicando-se a engrossar artificialmente o Fora Temer sem povo, é imenso. Aí temos desde analistas como Merval Pereira e Marco Antonio Villa, passando por movimentos como o Vem Prá Rua, até sites jacobinos irresponsáveis como O Antagonista (que acha que é preciso derrubar tudo para reinventar uma nova política… sem política).

Todos esses aventureiros têm um encontro marcado com a história. Embora a história não vá para nenhum lugar, nós é que vamos – ou não vamos, há uma memória coletiva que não se perde assim tão facilmente na mente coletiva da sociedade: ainda que os indivíduos possam não ter acesso imediato a ela e esqueçam tudo rapidamente, até em quem votaram na última eleição, de um ponto de vista social, certas mensagens se conservam como padrões que perduram. É muito provável que todos os que entraram na aventura golpista, sofram alguma consequência por suas atitudes irresponsáveis; no mínimo como perda irreparável de reputação pública.

E tudo para quê? Eis a pergunta fundamental. Para limpar o mundo de toda sujeira? Mesmo que isso fosse possível, não seria desejável do ponto de vista democrático: a democracia é imperfeita, suja e curva mesmo; e não é um regime sem corruptos e sim sem um senhor.

Para reinventar a política? Como alguém pode pretender isso operando com agentes como Rodrigo Maia e o comunista do Brasil Aldo Rebelo (mesmo que este último troque o PCdoB pelo partido-ônibus PSB)?

Para permitir que a sociedade brasileira fique diante de uma bifurcação diabólica Lula ou Bolsonaro? Ou para nos entregar nas mãos de oportunistas de esquerda como Marina Silva ou Ciro Gomes?

Percebam que não há nada de novo aqui e sim repetição de passado.

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