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Assassinos da democracia

Para a democracia, o financiamento da ditadura venezuelana – bancado por Lula com dinheiro roubado do Brasil – é a revelação mais grave até agora

Venezuela. Terra arrasada. País destruído pelo chavismo-bolivarianismo. Inflação batendo nos 100% ao mês. Escassez de todos os produtos básicos, inclusive de papel higiênico. Epidemia de sarna por falta de produtos de limpeza. Fome. Pessoas revirando latas de lixo e morrendo nos hospitais e nas ruas por falta de remédios. Dezenas de assassinados pelas forças repressivas de Maduro. Centenas de presos e torturados. Milícias chavistas impondo o terror e o toque de recolher nos bairros pobres, como forma de intimidação. Colectivos bolivarianos motorizados, treinados por agentes cubanos, alvejando a tiros e ao léu transeuntes e promovendo saques em lojas comerciais. Até os cachorros estão sendo mortos, seja pela falta de alimento, seja por armas químicas usadas pela repressão, seja pela própria população (quem sabe para se alimentar).

Este é o resultado de quase 20 anos de chavismo na Venezuela, com Hugo Chávez, até 2013, e depois com seu sucessor, o ditador Maduro, ainda no poder.

O chavismo primitivo de Hugo Chávez, com a ajuda de Fidel e da ditadura cubana, foi transformado numa nova doutrina política, o bolivarianismo, também chamado de socialismo do século 21. Sim, a ditadura cubana – e seus aliados petistas – está presente em tudo.

Dirceu e Betto

Tudo isso sabemos. O que não sabíamos com detalhes era que Lula financiou, com dinheiro roubado do Brasil, a ascensão do regime ditatorial na Venezuela, bancou Chávez diretamente (e foi ajudado por ele com dinheiro vivo, trazido em malas em avião presidencial para Brasília, durante suas campanhas eleitorais), pagou pelas campanhas de reeleição de Chavez e a do seu sucessor Maduro destacando para tanto seu melhor quadro publicitário: João Santana.

Santana Dagobah

Com as recentes delações do casal de marqueteiros petistas, João Santana e Mônica Moura, ficamos sabendo de coisas do arco da velha. Ficamos sabendo que José Dirceu, como ministro da Casa Civil de Lula, foi o “elo” entre João Santana e a campanha de Chávez.

Dircceu Dagobah

É grave. O governo brasileiro operou para violar a democracia na Venezuela. E também em outros países. Tudo isso sob as ordens de Lula e o financiamento ilegal da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, com dinheiro público, roubado do Brasil.

É gravíssimo. Lula e o PT transformaram o governo brasileiro numa força de intervenção contra a democracia em outros países do continente latino-americano, bancando a ascensão de protoditadores e ditadores contra a vontade democrática das populações desses países, e também interviu em ditaduras africanas, como Angola.

Em todo esse processo, além do roubo puro e simples das empreiteiras, por meio de superfaturamento, foi usado de modo indevido, por orientação política direta de Lula, bilhões do BNDES (e este levantamento, escandalosa e inexplicavelmente, ainda não foi feito pelos atuais dirigentes do banco).

O governo brasileiro, mancomunado com os ditadores Castro, estava montando uma espécie de nova internacional do socialismo do século 21, dita bolivariana, juntando o chavismo venezuelano, o evoismo boliviano, o correismo equatoriano, o luguismo paraguaio, o mujiquismo uruguaio, o sandinismo nicaraguense, o kirchnerismo argentino e, é claro, o lulopetismo brasileiro. Para não falar dos “investimentos” nas mais cruéis e corruptas ditaduras africanas, como a de Zé Eduardo, em Angola.

Que tudo isso estivesse acontecendo nas últimas décadas só não sabiam as falsas oposições no Brasil (que jamais fizeram um manifesto de denúncia e reprovação, nem usaram um programa sequer de TV a que tinham direito para denunciar os escândalos).

Mas com a liberação das confissões de ontem (11/05/2017) de Santana e Mônica, ficamos sabendo vários detalhes escabrosos, como o da participação de Franklin Martins e de sua esposa Monica Monteiro, no tráfico de dinheiro sujo para eleger ditadores. A segunda dupla levava e trazia caixas de dinheiro entregues diretamente pelo chanceler Maduro, que na época em que Chávez governava a Venezuela, cumpria papel semelhante ao que Dirceu e Palocci desempenhavam nos governos Lula.

Franklin Dagobah

Franklin Martins é um velho quadro de aparelho do MR8, organização da luta armada que além de praticar crime político contra a democracia, enveredou também para o crime comum. Esse ex-agente marxista-leninista da guerra fria foi então feito ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do Brasil durante o mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva que terminou em dezembro de 2010, mas continuou operando para o Partido Interno (a organização dentro da organização, que de fato comanda o PT) montado por José Dirceu e comandado por Lula.

Incrível como não ficamos sabendo desses detalhes pelas delações da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Essas empresas bandidas fizeram confissões seletivas, apenas para se salvar, obter acordos de leniência (na verdade, de conivência) e poderem continuar existindo sob o comando dos criminosos que montaram os esquemas ilegais. Não contaram da missa a metade.

Mas não, não eram esquemas apenas para enriquecer os seus donos e operadores. Não eram nem como as máfias italianas. Eram verdadeiros sistemas autocráticos de poder, para estruturar e manter o domínio sobre vários povos do planeta no longo prazo, uma espécie assim de terceiro reich bolivariano. Acima de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo, permanecem agindo Emílio Odebrecht e Sergio Andrade (ambos soltos) e outros bandidos que sonhavam com lucros a perder de vista por mil anos, tal como, na Alemanha nazista, fizeram Krupp, Ig Farben, Siemens, Basf e várias empresas que se associaram ao Estado despótico comandado pelo Führer Adolf Hitler.

Tudo isso revela como nosso Estado de direito está despreparado para proteger a democracia dos crimes políticos cometidos por organizações criminosas cujo objetivo não é apenas se dar bem na vida, mas alterar o DNA dos regimes democráticos, no Brasil, na América Latina e em vários países do mundo. Não, não foi apenas o funcionamento normal de nossas instituições que barrou essa tenebrosa marcha autocrática. Não fosse o povo nas ruas do Brasil exigindo o impeachment, o plano ainda estaria sendo operado: mais dois anos de governo Dilma e já seria quase impossível remover do poder essa força autocrática organizada, politicamente estruturada, socialmente enraizada, com narrativa ideológica estruturada e com miríades de esquemas ilegais de poder montados em todos os escaninhos do Estado e da sociedade brasileira.

Eis aí porque o triplex de Guarujá, o sítio de Atibaia e os depósitos da Granero são apenas pequenos sinais (ou simples descuidos, como a sonegação fiscal de um Al Capone). São a parte visível do iceberg. A montanha submersa de crimes de Lula e do PT, ainda não apareceu. São crimes comuns, pelos quais (ou por alguns dos quais) estão sendo processados e, muito pior, são crimes contra a democracia e a liberdade dos brasileiros e de outros povos.

Hoje o sangue dos mortos pela repressão brutal na Venezuela deverá ser pago por pessoas que, como Lula e Dirceu, financiaram os ditadores. E todos os outros males dos países que estão sendo destruídos pelos neopopulismos bolivarianos também devem cobrar seu preço dos neopopulistas lulopetistas. Este acerto de contas é um imperativo democrático. Aqui não poderá haver esquecimento, qualquer tipo de anistia. Se esse problema não for resolvido, não haverá futuro para a democracia no Brasil e, quiçá, no continente.

Venezuela morta

Na falta de mecanismos jurídicos eficazes para punir tudo isso, cabe novamente à sociedade brasileira exigir, nas ruas e em todo lugar, que esses agentes do mal sejam afastados do convívio social.

Para começar, os acordos de leniência da Odebrecht, da Andrade Gutierrez e de outras empresas que participaram do esquema, devem ser suspensos e revistos: essas empresas não podem continuar sob o controle das famiglias que as transformaram em organizações criminosas.

Lula, seja por qual motivo for, seja relativo a um crime de grande porte cometido por ele ou por apenas um descuido, sempre de acordo com a lei vigente no país, deve ser condenado e preso. E deve ficar inelegível para a campanha de 2018. Este é o fulcro de tudo. Se Lula conseguir sair candidato, não estaremos mais sob a vigência plena de um Estado democrático de direito.

Dirceu e os demais agentes operacionais – na verdade, toda a direção do PT, em especial todos os tesoureiros, presidentes e secretários-gerais do partido a partir de 2002 – devem ficar, após condenados, permanentemente presos, não importa mais que delações parciais resolvam fazer para se livrar da cadeia.

O registro partidário do PT deve ser cassado. Se não houver lei para tanto – e não há -, um novo projeto, quem sabe de iniciativa popular, deve ser apresentado ao Congresso Nacional. Os comandantes do PT são assassinos da democracia.

Corrupção na política, crimes comuns praticados por agentes políticos, tudo isso vai continuar existindo por longo tempo. A democracia tem mecanismos para metabolizar tais disfunções. Mas a democracia não pode transigir com esse tipo de ataque frontal – desferido pelo PT – às nossas liberdades e as de outros povos.

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