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Comentários à decepcionante entrevista de Manuel Castells

Manuel Castells, nosso velho parceiro, esteve no Rio, na última segunda-feira (15/07/2019), para um seminário. Na oportunidade concedeu uma entrevista à Paula Ferreira, de O Globo.

Para quem conhece a obra e a pessoa do autor, a entrevista é decepcionante. Vamos comentar alguns pontos críticos, incorporando observações no corpo do texto (reproduzido abaixo).

‘Vocês estão vivendo um novo tipo de ditadura’, diz sociólogo Manuel Castells

Paula Ferreira, O Globo, 17/7/2019

O Brasil está vivendo um novo tipo de ditadura, que tem como pilares a disseminação de notícias falsas e sucessivos ataques à Educação. Essa é a visão do espanhol Manuel Castells, um dos principais teóricos da comunicação e autor de livros como “A Sociedade em Rede” e “Galáxia da Internet”.

Em entrevista ao GLOBO, ele afirmou que o país só conseguirá evitar um futuro totalitário caso as escolas desempenhem bem seu papel. Nesse sentido, criticou o projeto do governo Bolsonaro de criar escolas militares, com foco na disciplina.

Castells diz ainda que os cidadãos que “querem estabelecer a verdade” precisam retomar o protagonismo nas redes.

O espanhol visitou o Rio para participar do seminário “Educação, Cultura e Tecnologia: Escola do Século XXI”, promovido pela Prefeitura de Niterói, e para palestrar sobre “Comunicação, política e democracia”, na FGV.

Hoje, no Brasil, há pessoas que dizem que o nazismo era de esquerda, que as vacinas são ruins e que a terra é plana. Como isso é possível na era da informação?

Primeiro, as pessoas não funcionam racionalmente e sim a partir de emoções. As pesquisas mostram cientificamente que a matriz do comportamento é emocional e, depois, utilizamos nossa capacidade racional para racionalizar o que queremos. As pessoas não leem os jornais ou veem o noticiário para se informar, mas para se confirmar. Leem ou assistem o que sabem que vão concordar. Não vão ler algo de outra orientação cultural, ideológica ou política. A segunda razão para esse comportamento é que vivemos em uma sociedade de informação desinformada. Temos mais informação do que nunca, mas a capacidade de processá-la e entendê-la depende da educação e ela, em geral, mas particularmente no Brasil, está em muito mau estado. E vai ficar pior, porque o próprio presidente acha que a educação não serve e vai cortar os investimentos na área. Por um lado, temos mundos de redes de informação, de meios que invadem o conjunto de nosso pensamento coletivo, e ao mesmo tempo pouca capacidade de educação das pessoas para entender, processar, decidir e deliberar. Isso é o que chamo de uma era da informação desinformada.

As universidades públicas e os professores brasileiros estão sob ataque?

Vocês estão vivendo um novo tipo de ditadura. As instituições estão preservadas, mas se manipulam tanto por poderes econômicos, quanto por poderes ideológicos. O Brasil, nesse momento, perdeu a influência da igreja católica que foi muito tradicional durante muito tempo na história, mas ganhou algo muito pior que são as igrejas evangélicas, para quem claramente não importa a ciência e a educação, porque quanto mais educadas e informadas estejam as pessoas, mais capacidade terão de resistir à doutrinação. O mesmo acontece com o presidente (Bolsonaro) e com o regime que está instalando. Não se pode fazer uma ditadura antiga, que se imponha com o exército, mas uma ditadura orwelliana, de ocupar as mentes. Isso se faz acusando de corrupção qualquer tipo de oposição. Como a corrupção está em toda parte, então persegue-se apenas a corrupção de políticos e personalidades que se oponham ao regime. Esse tipo de ditadura só pode funcionar com um povo cada vez menos educado e mais submetido à manipulação ideológica.

É preciso ter mais cuidado com os conceitos. Não se pode caracterizar o regime brasileiro atual como uma ditadura, de qualquer tipo, novo ou velho. Isso não bate com nenhum estudo sério sobre democracia e ditadura, nem com os levantamentos dos mais respeitados institutos que fazem rankings de democracia no mundo (verifique-se a Freedom House, a The Economist Intelligence Unit, o V-Dem da Universidade de Gotemburgo ou qualquer outro). Segundo todos eles, ainda somos uma democracia, não uma democracia tipicamente liberal e sim uma democracia eleitoral – que pode, isto sim, perder rapidamente seu conteúdo liberal se houver o avanço de ideias e práticas autoritárias na sociedade e no Estado.

Também não é verdade que se acusa de corrupção apenas a oposição. Acusam-se todos os políticos, ainda que menos os da família Bolsonaro posto que o lavajatismo virou – com o abandono de Moro da magistratura para virar auxiliar de Bolsonaro – uma espécie de bolsolavajatismo.

Como essa manipulação é exercida?

Nosso mundo da informação é um mundo baseado nas redes sociais e nas redes sociais há de tudo. Elas permitem a autonomia dos indivíduos, acreditávamos que era um instrumento de liberdade e é, mas é uma liberdade que é usada tanto pelos manipuladores como pelos jovens que tentam mudar o mundo. Foram desenvolvidas técnicas muito poderosas de desinformação e manipulação, que incluem a utilização massiva de robôs manipulados por organizações como o Movimento Brasil Livre (MBL) e financiadas pela extrema direita internacional, que estão preenchendo as redes sociais e manipulando-as muito inteligentemente, de forma que a construção coletiva do que ocorre na sociedade está totalmente dominada por movimentos totalitários, que querem ir pouco a pouco anulando a democracia. Por isso, é preciso atacar a educação, atacar os professores, as universidades, as humanidades e as ciências sociais, que são áreas que nos permitem pensar. Tudo o que significa pensar é perigoso. Por isso, digo que é uma ditadura, ainda que de novo tipo. É uma ditadura da era da informação.

Castells está mal-informado. A manipulação bolsonarista das mídias sociais, usando tecnologia comprada de Steve Bannon, não é feita pelo MBL e sim pelo núcleo duro do governo Bolsonaro, pela sua família, seu guru e seus sequazes, como Fabio Wajngarten, que atualmente comanda a Secom da Presidência da República. Isso, todavia, não é suficiente para caracterizar uma “ditadura da era da informação”. Tal autocratização pode vir a acontecer, é claro, mas ainda não aconteceu.

A preocupação de fundo de Manuel Castells está correta. Há um processo de autocratização em curso que pode dilacerar o tecido social e levar à destruição da democracia (ou das bases sociais que permitem a continuidade do processo de democratização), mas seus juízos não levam em conta as análises sobre a recessão e a desconsolidação democráticas que vêm sendo feitas pela maioria dos especialistas no assunto. Ao não conseguir caracterizar o fenômeno em curso – a ascensão dos nacionalismos populistas-autoritários, de extrema-direita, i-liberais e majoritaristas – Castells não ajuda no enfrentamento da questão.

O que as escolas brasileiras precisam ter para mudar a realidade do país?

Primeiro: recursos. Mesmo que haja mudanças na pedagogia, se não há recursos, se não pagam e não respeitam os professores e se não há menos alunos por classe, (não adianta). É preciso uma formação inicial melhor dos professores e também uma reciclagem contínua, sobretudo, nas escolas mais longínquas do Brasil. Precisamos de bons professores imediatamente, não podemos esperar vinte anos para produzir os educadores que vão educar os jovens. E como fazer isso? Com educação virtual a distância. Precisamos reforçar as universidades virtuais, fazer com que haja programas de formação virtual, mas não de segunda categoria. Estou na Universidade Aberta da Catalunha, que tem 65 mil estudantes 100% na internet, e funciona muito bem. Os estudantes de lá têm os mesmos diplomas que os demais e não há nenhuma diferença de qualidade e nem de mercado para eles.

É duvidoso que a educação (escolar) consiga fazer frente ao problema. Os processos de aprendizagem em uma sociedade em rede, como ele sabe, não são uma atualização do ensino, com a adoção da modalidade à distância. Além disso, a ensinagem em escala não é capaz de estimular o pensamento crítico e as habilidades criativas. Mais e melhores professores não resolverão o problema. Não se pode melhorar a educação se não se mudar a educação. E mudar a educação não é usar a internet ou adotar tecnologias contemporâneas e sim mudar os padrões de organização e as dinâmicas de funcionamento – a separação de corpos docente x discente, as teorias cognitivistas (e não interativistas) do conhecimento e da aprendizagem e as práticas educativas baseadas nessas teorias – das atuais burocracias do ensinamento: a escola e a universidade.

Você falou muito sobre a importância da valorização do professor. Atualmente, o professor mais conhecido do país, Paulo Freire, está sendo alvo de ataques.

Isso significa que tudo que é criação de uma cidadania informada, educada e autônoma, é um perigo para uma ditadura sutil, que precisa de pessoas que não sejam bem educadas, que sejam desinformadas e manipuláveis. Os três princípios de Paulo Freire são: aprender pela experiência — hoje em dia encontramos tudo na internet, há possibilidade de fazer grupos de aprendizagem na internet —, autonomia dos alunos para educar-se para buscar a informação, e professores para guiá-los. Agora que temos tecnologia, não só internet, mas as conexões rápidas, é possível revolucionar facilmente a escola seguindo os princípios de Paulo Freire. Por que se ataca Paulo Freire? Porque no mundo, e não só no Brasil, ele é um símbolo. Eu conheci Paulo Freire na Universidade Stanford e lá ele era adorado, porque seus princípios são adaptados ao que é a nova sociedade: criar pessoas livres e autônomas, capazes de promover sua própria aprendizagem, guiados por seus professores. Isso é muito perigoso para aqueles que querem manipular. Paulo Freire é liberdade, e a liberdade é agora o maior obstáculo que existe para que se siga desenvolvendo essa ditadura sutil que estão tentando impor ao Brasil.

O governo anunciou recentemente que pretende criar mais de 100 novas escolas militares, com uma forte disciplina. Qual sua opinião sobre essa iniciativa?

A autonomia é fundamental. O que precisamos hoje é de pessoas educadas para pensar autonomamente, porque há uma quantidade de informação tão grande que precisamos ser autônomos em construir nossas opiniões e tomar decisões. Hoje em dia, existem robôs cada vez mais avançados, e as escolas não podem ser produtoras de robôs. (A formação de) gente que simplesmente obedece, segue o que está programado e aceita tudo é um princípio de militarização não só da escola, mas da sociedade. A grande questão do Brasil nesse momento é que se não houver uma grande reação da sociedade contra essas medidas que chamo de uma ditadura de novo formato, o Brasil será transformado em uma sociedade totalitária.

Há esse risco. Mas não no curto prazo. Cerca de 100 escolas militares (mesmo que fossem 1000) não farão nada além de formar alguns milhares (ou centenas de milhares) de agentes reprodutores da cultura da ordem, da hierarquia, da disciplina e da obediência. O impacto disso numa sociedade do tamanho do brasileira, nos curto e médio prazos, serão muito pequenos.

O governo anunciou que fará o Enem, a principal via de acesso a universidades públicas, totalmente digital até 2026. Temos condições de fazer isso bem em um país com dimensões continentais e muito desigual?

A capacidade dos jovens de utilizar meios digitais hoje em dia está muito mais disseminada que a educação. Não teremos problema com a digitalização de um jovem, qualquer jovem sabe usar um computador conectado que se chama smartphone. Bom, nem todos sabem, mas quase todos. Então o problema é que há muitas zonas onde não há conexão ou são muito ruins. Nos Estados Unidos, a primeira aplicação na universidade é digital, mas lá as universidades organizam isso de maneira fácil e pedagógica e todos têm a conexão necessária.

Na sua opinião, qual o papel das redes sociais na eleição de Jair Bolsonaro?

Foi um papel fundamental. Bolsonaro é um pensamento totalitário, mas ele foi eleito democraticamente. Portanto, a grande pergunta é: por que uma maioria clara dos brasileiros elegeu Bolsonaro? Uma coisa é a democracia e outra são os resultados da democracia. Hitler foi eleito democraticamente. Tenho tentado dar uma resposta sobre isso não só para o Brasil, mas para o mundo, porque aconteceu o mesmo em outros lugares, como (Donald) Trump (nos Estados Unidos). O que mostro é que as pessoas em todo o mundo já não acreditam na classe política, nos partidos, nas formas do que chamávamos de democracia liberal, porque elas se corromperam. Os políticos se apropriaram da democracia e do Estado para eles mesmos. A confiança entre governantes e governados se rompeu. Então, qualquer pessoa com capacidade de mobilização e de carisma, apoiado por recursos econômicos muito importantes dos grupos poderosos de sempre — que temem que as pessoas sejam capazes de controlar suas próprias vidas e não se deixem manipular e explorar— formam a combinação (que leva a isso). Então surgem demagogos como Trump e Bolsonaro. A narrativa está sendo controlada nas redes sociais pela extrema direita e por movimentos totalitários, muitos deles de cunho religioso.

Castells, mais do que ninguém, não poderia confundir redes sociais (pessoas interagindo, enquanto estão interagindo, por qualquer meio) com mídias sociais (meios, ferramentas). Ele aqui está falando das mídias sociais que, capturadas e manipuladas pelos populismos, estão servindo de instrumento contra as (verdadeiras) redes sociais (pessoas interagindo com topologia mais distribuída do que centralizada).

Ademais, o juízo de que as pessoas em todo o mundo já não acreditam na classe política, nos partidos, nas formas do que chamávamos de democracia liberal, porque elas se corromperam, não está correto. O que se rompeu foi uma narrativa (neoliberal) de que a democracia era essencial para o crescimento econômico ou que ela levaria automaticamente ao bem-estar material. Muitas pessoas compraram uma ideia de democracia como “casa, comida e roupa lavada” para todos e, quando as democracias realmente existentes não puderam responder a essa expectativa, entregando o que elas esperavam, passaram a desvalorizar a democracia (sobretudo as gerações mais novas, que nunca “usaram” a democracia no que ela tem de fundante: ser um processo de desconstituição de autocracia).

Isso aconteceu, em parte, porque a democracia dos modernos se expandiu meio artificialmente, como um anexo da universalização da forma Estado-nação como principal (na verdade único) sistema de governança, constrangendo-se a ser um modo político de administração de uma estrutura hierárquica, ela mesmo avessa à democratização, que nasceu como fruto da guerra (da paz de Vestfália). A democracia foi então usada como uma espécie de remédio para drogar o Leviatã (por meio da fórmula Estado democrático de direito) e isso é um sentido fraco, não forte, de democracia (que seria experimentá-la como modo de vida e convivência social, alcançando todas as formas de sociabilidade – família, escolas, igrejas, grupos de amigos, comunidades de vizinhança, de prática, de aprendizagem, de projeto, organizações sociais e empresariais – não apenas o Estado). Mas toda a política que toma como sentido a liberdade é democracia liberal, desde os atenienses.

A esquerda já perdeu essa batalha nas redes?

Essa esquerda sim. Essa esquerda está morta. Toda a democracia liberal está morta e não só no Brasil. No resto do mundo, o pouco que resta da esquerda está tentando se reestruturar. Agora, a esquerda não é simplesmente uma ideologia, alguns partidos. O que chamamos de esquerda é a capacidade das pessoas de se rebelarem contra sua exploração, sua manipulação, e sua opressão. Então, se falamos da esquerda existente hoje, ela está em colapso total, mas se falamos da possibilidade de uma rebelião, de um controle social contra o que está acontecendo. Posso garantir, pela experiência histórica do Brasil que haverá mais que uma esquerda, haverá grandes movimentos sociais contra a ditadura, como houve para acabar com a ditadura anterior.

A democracia liberal não está morta. Não está nem em depressão, mas apenas em recessão. Aqui Castells confunde democracia liberal com esquerda, o que não faz sentido (em especial para nós). A esquerda realmente existente é também, tal como a extrema-direita, populista, i-liberal e majoritarista. As democracias liberais da Albânia, da Alemanha, da Austrália, da Áustria, de Barbados, da Bélgica, do Canadá, de Cabo Verde, do Chile, da Coréia do Sul, da Costa Rica, de Chipre, da Dinamarca, da Eslovênia, da Espanha, dos Estados Unidos, da Estônia, da Finlândia, da França, de Gana, da Grécia, da Holanda, da Islândia, da Irlanda, da Itália, do Japão, da Latvia, de Luxemburgo, da Nova Zelândia, da Noruega, de Portugal, do Reino Unido, da Suécia, da Suíça, de Taiwan, da Tchéquia, de Trindade e Tobago, da Tunísia e do Uruguai, não estão mortas.

O que Castells chama de esquerda – a capacidade das pessoas de se rebelarem contra sua exploração, sua manipulação, e sua opressão – não é a esquerda realmente existente, sobretudo no Brasil. Quem faz isso, quem resiste à autocracia e tenta desconstituí-la, são os democratas – os liberais-políticos – não a esquerda (nem as antigas esquerdas marxista, marxista-leninista, marxista-gramscista, nem a atual esquerda bolivarianista em todas as suas variantes, hard ou softs, como o chavismo, o sandinismo orteguista de segunda geração, o evoismo, o correismo, o kirschnerismo e o lulopetismo).

Hoje, temos uma difusão enorme de notícias falsas. Há precedentes na História?

Nunca tivemos tanta difusão de informação, mas os chamados “rumores” sempre foram fundamentais. Os “mitos”. Pessoas foram perseguidas, mulheres foram queimadas por histórias de que eram bruxas e participavam de atos com o demônio. Tudo isso é fake news. A História está cheia de fake news fundamentais para mobilizar os comportamentos mais extremos e irracionais, mas o que acontece é que agora como há uma capacidade muito maior de difusão da informação, muito mais intervenção de todos nessas redes, não apenas dos poderes de sempre, a densidade é muito maior. As pessoas que querem estabelecer a verdade, a honestidade e os valores fundamentais humanos têm que intervir nas redes sociais, porque hoje em dia os que fazem isso são, sobretudo, os destruidores da Humanidade.

Nisso Castells tem razão: as mídias sociais foram colonizadas pelos populistas-autoritários que expressam valores anti-humanos. Mas a medida que propõe é inútil e contraproducente (entendendo que ele se refere a “intervir nas redes sociais” como passar a comparecer nas mídias sociais fazendo um contraponto à extrema-direita que capturou essas ferramentas). As mídias sociais, pelo menos as atuais, não podem virar palco de uma guerra, pois é isso que alimenta a sua deturpação. A menos que apareçam novas ferramentas de netweaving – de articulação e animação de redes sociais (propriamente ditas) – menos vulneráveis à instrumentalização pelo sharp power das grandes potências e pelas milícias virtuais organizadas – travar o combate no mesmo estilo adversarial, não é saída para nada. Aliás, foi a esquerda que começou a manipular as mídias sociais: no Brasil, por exemplo, com os MAVs lulopetistas.


Para saber mais: http://democracia.org.br

O bolsolavajatismo é mais perigoso do que o bolsonarismo

É possível barrar a manipulação populista das mídias sociais