Em quem vão votar os instrumentalizadores políticos da operação Lava Jato, os lavajatistas militantes?
Atenção! Não estamos falando dos que apoiam a operação Lava Jato. Esta operação deve ser apoiada por todos os democratas, que respeitam o império da lei ou o Estado de direito. Estamos falando dos que fazem politica com a Lava Jato, dos que apostam na política de terra arrasada para restaurar tudo a partir do zero, como pretendem os jacobinos, adeptos da política robespierriana da pureza. Está chegando a hora da verdade e da revelação da irresponsabilidade política desse pessoal. Com a desistência de Joaquim, ou votarão em alguém da esquerda ou em Bolsonaro.
” – Ah!… Votaremos – dirão eles – num candidato honesto, em alguém não implicado nas investigações”.
Ora… a chamada “esquerda” está cheia de candidatos que não foram denunciados pela Lava Jato: Boulos, Manuela e até Ciro.
E na “direita” temos Bolsonaro, que faz marketing da própria honestidade. A instrumentalização política antagonista da Lava Jato (uma correta operação do Estado de direito que deve ser apoiada, mas não usada para propósitos políticos) é responsável por mais da metade das intenções de voto em Bolsonaro.
Mas… e se estes candidatos defendem posições antidemocráticas?
” – Não importa – retrucarão os valentes que querem reformar a política sem política (e demonizando a política) a partir de estamentos do Estado – o fundamental para limpar a política é votar em quem não é corrupto.”
Bem… os maiores malfeitores da humanidade também nunca foram acusados de roubar. Violaram de alguma forma a legalidade vigente (em muitos casos vigente em regimes ilegítimos, em ditaduras), mas não são conhecidos particularmente por serem corruptos. Em muitos casos, aliás, ocorreu justamente o contrário: caçaram e mataram corruptos (como na China ditatorial: roubou, leva um tiro na nuca). Sim, ao que se saiba, genocidas como Stalin, Mao, Castro e Hitler jamais foram seriamente acusados de bater a carteira de ninguém.
Estão vendo a que descalabro pode levar o analfabetismo democrático?
Em numerosos artigos fizemos esta previsão. Quando o processo democrático desembocasse nas urnas, o que faria essa “milícia legal”, a chamada “liga da justiça” que reforça os piores instintos moralistas que jazem no subsolo da consciência (ou da inconsciência) social da população, de ressentimento, vingança e vontade de revanche? Como ela não tem candidato concorrente, num quadro em que a maioria dos políticos realmente existentes foi colocada sob uma suspeição burra (que mistura caixa 2, com propina, quer dizer com corrupção ativa e passiva e outros crimes e, pior, que confunde a corrupção tradicional, endêmica em nossos meios políticos, com a a corrupção com motivos estratégicos de poder, que virou método de governo durante o reinado do PT), sobraram como alternativa candidatos sem compromisso com a democracia, sejam ditos de esquerda ou de direita.
Está chegando a hora da verdade. Tanto carnaval punitivista vai acabar na escolha de alguém da esquerda ou em Bolsonaro?
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