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Leo e Marcelo: uma confusão para esconder o fundamental

Não há como negar. As confissões industriadas de Leo e Marcelo já eram uma fraude para melar a Lava Jato. Eles queriam colocar todo mundo no mesmo bolo: quem apenas recebeu doações de campanha (sem questionar a origem dos recursos, como é de praxe) e quem estava no esquema criminoso do PT, usando as doações para financiar a “revolução pela corrupção” que o partido operava antes do impeachment. Isso tem nome: chama-se “Golpe Thomaz Bastos” (que consiste em nos empulhar com o seguinte truque: tudo não passou de caixa 2, que todo mundo faz).

Agora Janot interrompe, sem explicações, o acordo com Leo (abrindo precedente para sustar também a premiação de Marcelo), dando a senha para que jornalistas e analistas comprometidos com as estratégias de salvação de Lula e do PT insinuem que quem se beneficiará com tudo isso serão Aécio e Temer que, diz-se – “segundo consta” – também foram citados pelo chefe da quadrilha empresarial conhecida como OAS.

Mas foram citados em que circunstâncias? Por acaso Leo Pinheiro reformou um triplex para Aécio no Guarujá? Ou, quem sabe, reconstruiu um sítio para Temer em Atibaia?

Por trás da armação, recende um mau odor denunciando que o beneficiário principal da nulificação da confissão de Leo só pode ser Lula, que – “segundo também consta” – receberia mesada do empreiteiro há muito tempo (antes mesmo de ser presidente) e que fez falsas palestras mundo a fora, corretadas pela Odebrecht, em troca do aporte do BNDES para viabilizar contratos milionários da empreiteira no exterior (sobretudo com ditaduras africanas e latino-americanas aliadas do PT).

A confusão proposital serve para esconder o fundamental:

1) Lula e Dilma foram eleitos e reeleitos com o dinheiro do crime (roubado da Petrobrás e de outras estatais e de vários órgãos públicos).

2) A organização chefiada por Lula e Dirceu recebeu esse dinheiro e usou-o somente em parte para fins eleitorais (e nem mesmo isso foi bem caixa 2 e sim, muitas vezes, dinheiro lavado via caixa 1).

3) Essa parte do dinheiro do crime recolhida pela organização criminosa chefiada por Lula e Dirceu teve usos bem diversos (dos eleitorais): além de locupletar alguns membros dessa organização com benesses pessoais de toda ordem, o dinheiro foi para o caixa 3, usado para comprar representantes eleitos, falsificando a correlação de forças emanada das urnas e para montar estruturas ilegais de poder (que podem então – por hipótese – praticar espionagem, fabricar dossiês contra adversários, patrocinar veículos de comunicação para difundir e replicar falsas versões, alugar pessoas para escrever a favor do governo e detratar as oposições, pagar agentes para ganhar ou recrutar e treinar militantes para os círculos do “Partido Interno” e ameaçar ou neutralizar pessoas que se tornam obstáculos à consecução dos planos criminosos ou antidemocráticos). E essa parte do dinheiro que sobrou, ao que tudo indica, ainda está escondida em contas bancárias no exterior em nome de laranjas ou nas offshores que foram abertas, inclusive, pela própria Odebrecht.

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