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Lula não é Cabral: entenda a diferença

O esquema de Sérgio Cabral revela – pelo avesso – a estratégia do PT.

Formalmente, ele fez a mesma coisa que Lula, Dirceu, Palocci, Delúbio, Vaccari, Berzoini, Edinho, Okamotto, Silvinho e tantos outros. Montou uma organização criminosa para roubar recursos públicos.

Parece sim a mesma coisa, mas não é. Não consta que Cabral e seus comparsas usariam o dinheiro roubado, nem em parte, para montar esquemas paralelos com o objetivo de controlar a mídia, cercar a institucionalidade vigente com organismos participativos que funcionam como correias de transmissão do partido, financiar ditaduras africanas, latino-americanas e caribenhas.

Nada disso. Eles queriam apenas viver nababescamente, comprar carros de luxo, barcos bacanas, relógios de marca, joias caras, ternos e vestidos de grandes estilistas.

A turma do PT achou tudo isso ótimo. Porque é fácil confundir as duas coisas. E pode-se então esconder a corrupção sistêmica (com objetivos estratégicos, de tomar o poder para nunca mais sair do governo) dentro da corrupção endêmica, tradicional nos velhos meios políticos.

Ou seja, o crime contra a democracia, que estava sendo perpetrado pelo PT, ficou camuflado pela corrupção típica da velha política.

Não que os dirigentes petistas também não se beneficiassem pessoalmente dos resultados da sua ação criminosa. Mas seu objetivo não era apenas este. Grande parte dos recursos que desviaram foi usada para capturar o Estado e autocratizar o regime.

Tudo é crime, por certo. Mas as coisas são muito diferentes. Fidel rouba, mas não é o Berlusconi. Maduro rouba, mas não é o José Sócrates. Lula rouba, mas não é o Cabral, assim como Dirceu não é o Cunha e Palocci não é o Renan.

Não percebeu a diferença? Então experimente viver em Cuba em vez de na Itália. Ou na Venezuela em vez de em Portugal. Ou em um futuro Brasil bolivariano em vez de no medíocre país que vivemos (no qual ainda posso escrever um artigo como este).

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