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O listão de Fachin e a confusão entre três tipos de crime

Tudo é crime, por certo. Mas os crimes são diferentes do ponto de vista dos seus efeitos deletérios sobre a democracia. Se alguém roubar um desodorante no supermercado, isso é crime. Se alguém desviar dinheiro público de hospitais para comprar joias para sua esposa, isso também é crime. E se alguém assaltar a Petrobrás para fazer um caixa que tem por objetivo financiar um esquema paralelo de poder, comprar parlamentares, aparelhar o Estado, sustentar uma rede suja de veículos de comunicação, neutralizar ou eliminar inimigos e financiar ditaduras aliadas, isso é crime igualmente – mas não da mesma natureza do crime que cometeu o ladrão de supermercado ou do que roubou para se eleger ou reeleger, eleger um parente, amigo ou correligionário, financiar uma caciquia ou grupo político, auferir vantagens pessoais, enriquecer e se dar bem na vida.

O listão de Janot-Fachin coloca no mesmo saco pelo menos três tipos de delito:

TIPO 1 – Caixa 2 (financiamento ilegal de campanha, cujos recursos não são declarados).

TIPO 2 – Propina (corrupção tradicional: crimes comuns cometidos por políticos, cujos recursos podem ser disfarçados como Caixa 2, lavados como Caixa 1 ou recebidos por outros meios).

TIPO 3 – Captação para fazer a revolução (nova corrupção para financiar um projeto criminoso de poder: crime político para violar a democracia e bolivarianizar o regime).

No TIPO 1 o crime, segundo a legislação vigente, é eleitoral: falsidade ideológica. Se formos apurar rigorosamente, dele não escapa nenhum (ou quase nenhum) ator político com mandato eletivo.

No TIPO 2 enquadram-se vários tipos de crimes comuns, que já estão tipificados no nosso arcabouço legal. Propina é um nome genérico, de uso corrente, mas inadequado. Há propina quando há contrapartida em vantagens oferecidas pelo corruptor ao corrompido e vice-versa. Em geral quem o pratica (quem recebe a propina) deve ter condições de devolver o “favor” ou de entregar o “serviço”. Mas há vários outros crimes associados: corrupção ativa, corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dinheiro ao exterior, formação de quadrilha et coetera. Os frutos do crime, neste caso, podem transitar por vários meios: podem ser entregas de valores em espécie, podem ser depositados em contas fantasmas em nome de laranjas ou de offshores, podem ser disfarçados como caixa 2 de campanha e podem ser lavados como doação legal (caixa 1). Essa é a corrupção tradicional da política, a chamada corrupção endêmica.

No TIPO 3, temos outra categoria de crime. Trata-se de crime político. Aqui começa a dificuldade, pois nosso arcabouço legal não prevê crimes políticos. Nossas leis são eficazes para punir indivíduos que cometeram crimes comuns, mas ineptas para punir organizações que cometeram crimes políticos contra a democracia, ou seja, crimes que são praticados para alterar a natureza do sistema político: por exemplo, para bolivarianizar (ainda que à brasileira, isto é, lulopetizar) o regime. A via neopopulista – na qual se enquadra o lulopetismo, assim como o chavismo e outros tipos de bolivarianismo – é uma via criminosa de tomada do poder, por meio da conquista eleitoral de governos. Seu objetivo é estabelecer uma hegemonia de longa duração sobre a sociedade a partir do Estado aparelhado pelo partido com o fito de nunca mais sair do governo. O neopopulismo cria um impasse no sistema representativo, tornando inócua a correção eleitoral. Ele desarma a democracia por dentro, destrói o seu sistema imunológico. Inaugura uma nova geração de golpes de Estado (uma espécie de golpe de Estado em doses homeopáticas).

Examinemos com mais profundidade o TIPO 3. O que seriam crimes políticos contra a democracia? Vamos ver cinco exemplos:

1 – Comprar representantes eleitos, falsificando a correlação de forças emanada das urnas (como foi feito no mensalão).

2 – Montar estruturas ilegais de poder para nunca mais sair do governo, realizando ações que tentam enfrear o processo de democratização, como (entre muitas outras):

a) praticar espionagem,

b) fabricar dossiês contra adversários,

c) patrocinar veículos de comunicação para difundir e replicar falsas versões,

d) alugar pessoas para escrever a favor do governo e detratar as oposições,

e) pagar agentes para ganhar ou recrutar e treinar militantes para os círculos do “Partido Interno” e ameaçar ou neutralizar pessoas que se tornam obstáculos à consecução dos planos criminosos ou antidemocráticos.

3 – Aproveitar a corrupção endêmica no sistema político (ambiente favorável à prática de crimes comuns) para implantar uma estratégia de conquista de hegemonia sobre a sociedade a partir do Estado aparelhado pelo partido, executando ações (criminosas do ponto de vista político) que visem:

a) estabelecer o controle partidário-governamental (disfarçado de social ou civil) dos meios de comunicação e da internet,

b) instaurar forças de segurança militarizadas (guardas nacionais) sob o controle do governo e não como entes de Estado,

c) instituir a partidocracia (voto em lista pré-ordenada, fidelidade partidária e financiamento exclusivamente estatal de campanhas),

d) criar novas instâncias participativas, dirigidas pelo partido do governo (via movimentos sociais que atuam como correias de transmissão partidária), para cercar a institucionalidade vigente e subordinar a dinâmica social à lógica do estado aparelhado,

e) promover alianças internacionais por meio de uma política externa ideológica, de alinhamento com regimes antidemocráticos, ditatoriais e protoditatoriais.

4 – Apoiar com recursos públicos nacionais (de origem lícita ou ilícita) regimes antidemocráticos (como Angola e Cuba) e financiar candidaturas de autocratas em outros países (como Venezuela e El Salvador) contra as sociedades democráticas desses países.

5 – Apoiar e se associar a organizações que tinham ou têm como propósito instalar ditaduras em outros países, seja pela via armada, seja pela via eleitoral (como as FARC, a Frente Farabundo Marti, a Frente Sandinista etc).

Nem todos os que estão na lista de Fachin cometeram esse tipo de crime. Quem o fez foi o PT (com a ajuda de seus aliados ideológicos). Por isso o PT é diferente dos demais partidos corruptos. Não é porque ele seja uma organização que abriga criminosos e sim porque ele se constituiu como uma organização criminosa, do ponto de vista político. Porque cometeu ações como as numeradas acima, não porque seus integrantes roubaram para se locupletar, como um Eduardo Cunha ou um Sérgio Cabral.

Vejamos o listão que mistura tudo, contribuindo para deixar a democracia vulnerável aos que querem autocratizá-la:

LISTA DOS PEDIDOS DE INQUÉRITO

Lista dos 274 pedidos de inquérito feita por Edson Fachin, em razão da mega-delação (a mega-operação de despistamento ou de investimento na confusão) da Odebrecht (incluindo os que têm foro privilegiado e os que não têm):

Abelardo Lupion, ex-deputado federal (DEM)

Adolfo Viana de Castro Neto, deputado estadual (PSDB-BA)

Adrian Mussi, suplente de deputado (PHS-RJ)

Aécio Neves, senador (PSDB-MG)

Agnelo Queiroz, ex-governador (PCdoB-DF)

Alcebíades Sabíno dos Santos

Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e Petrobras

Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde (PT-SP)

Alfredo Nascimento, deputado (PR-AM)

Aloísio dos Santos Júnior

Aloizio Mercadante, ex-ministro (PT-SP)

Aloysio Nunes, senador (PSDB-SP)

Aluísio Teles Ferreira Filho, ex-diretor da Petrobras

Ana Paula Lima, deputada estadual (PT-SC)

Anderson Braga Dorneles, ex-assessor de Dilma

André de Souza

André Gustavo Vieira da Silva, publicitário

Andréia Légora, afilhada de Eduardo Cunha

Anthony Garotinho, ex-governador do Rio (PR-RJ)

Antônio Anastasia, senador (PSDB-MG)

Antônio Carlos de Campos Machado, deputado estadual (PTB-SP)

Antônio Carlos Magalhães Neto, prefeito de Salvador (DEM-BA)

Antônio Duarte Nogueira Júnior, prefeito de Ribeirão Preto (PSDB-SP)

Antônio Egício Rufino de Carvalho, candidato a vereador de Uruguaina (PSDB-RS)

Antônio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda (PT-SP)

Arlindo Chinaglia, deputado (PT-SP)

Arthur Maia, deputado (PPS-BA)

Arthur Virgílio, prefeito de Manaus (PSDB-AM)

Benjamin Steinbruch, empresário

Beto Richa, governador do Paraná (PSDB-PR)

Blairo Maggi, ministro da Agricultura (PP)

Bruno Araújo, ministro das Cidades (PSDB-PE)

Cacá Leão, deputado (PP-BA)

Cândido Vaccarezza, deputado (ex-PT-SP)

Carlinhos Almeida, ex-prefeito de São José dos Campos (PT-SP)

Carlito Merss, ex-deputado federal (PT-SC)

Carlos Alberto Grana , ex-prefeito (PT-SP)

Carlos Busatto Júnior, prefeito de Itaguaí-RJ (PMDB-RJ)

Carlos Chagas

Carlos Lupi, ex-ministro do Trabalho (PDT-RJ)

Carlos Roberto Casteglione Dias, ex-prefeito de Cachoeiro do Itapemirim (ES)

Carlos Zarattini, deputado (PT-SP)

Cássio Cunha Lima, senador (PSDB-PB)

Celso Russomanno, deputado (PRB-SP)

César Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro (DEM)

Ciro Nogueira, senador (PP-PI)

Clécio Luís Vilhena Vieira, prefeito de Macapá (PSOL-AP)

Colbert Martins da Silva Filho, vice-prefeito de Feira de Santana-BA (PMDB)

Cristina Conceição Bredda Carrara, prefeita de Sumaré-SP (PSDB-SP)

Dalírio Beber, senador (PSDB-SC)

Daniel Elias Carvalho Vilela, deputado (PMDB-GO)

Daniel Gomes de Almeida, deputado (PCdoB-BA)

Décio Nery de Lima, deputado (PT-SC)

Delcídio do Amaral, ex-senador, sem partido

Demerval da Fonseca

Demóstenes Torres, ex-deputado federal (DEM)

Dermeval Fonseca Nevoeiro Junior, candidato derrotado a prefeito (DEM-SP)

Diga Salomão

Dilma Rousseff, ex-presidente da República (PT)

Donisete Braga, ex-prefeito de Mauá (PT-SP)

Edinho Silva, prefeito de Araraquara (PT-SP)

Edison Lobão, senador (PMDB-MA)

Edson Aparecido dos Santos, ex-deputado federal (PSDB-SP)

Eduardo Braga, senador (PMDB-AM)

Eduardo Celso de Araújo Marinho

Eduardo Cunha, ex-deputado federal (PMDB-RJ)

Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio (PMDB-RJ)

Eduardo Paes, ex-prefeito do Rio de Janeiro (PMDB)

Eliseu Daniel, ex-candidato a prefeito de Limeira (PSDB-SP)

Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil (PMDB)

Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil (PMDB-RS)

Eron Bezerra, marido da senadora Vanessa Grazziotin

Eronildes Teixeira de Queiroz

Estilac Martins Rodrigues Xavier, conselheiro do TCE-RS

Eunicio Oliveira, senador (PMDB-CE)

Everaldo Dias Pereira (pastor Everaldo), ex-candidato a presidente (PSC-RJ)

Fábio Cleto, ex-diretor da Caixa

Fábio Faria, deputado (PSD-RN)

Felipe Montoro Jens

Fernando Antônio Falcão Soares, Fernando Baiano, operador do PMDB

Fernando Bezerra de Sousa Coelho, senador (PSB-PE)

Fernando Bezerra, senador (PSB-PE)

Fernando Capez, deputado estadual (PSDB-SP)

Fernando Collor de Mello, senador (PTC-AL)

Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo (PT-SP)

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República ( PSDB-SP)

Fernando Pimentel, governador de MG (PT-MG)

Firmino da Silveira Soares Filho

Flávio Dino, governador do Maranhão PCdoB-MA)

Francisco Azambuja Barbará, suplente de vereador em Uruguaiana (PSDB-RS)

Francisco Chaves

Francisco de Assis Pereira de Campos, deputado estadual (PT-SP)

Frederico Cantoni Antunes

Geddel Vieira Lima, ex-ministro PMDB-BA)

Geraldo Alckmin, governador de São Paulo (PSDB-SP)

Geraldo Alves Ferreira Júnior, vereador de Salvador (SD-BA)

Geraldo Simões de Oliveira, ex-deputado federal (PT-BA)

Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul (PMDB)

Gilberto Kassab, ministro das Comunicações (PSD-SP)

Gim Argello, ex-senador (PTB-DF)

Gleise Hoffmann, senadora (PT-PR)

Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda (PT)

Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda (PT-SP)

Gustavo Falcão Soares, irmão de Fernando Baiano

Heberte Lamarck Gomes da Silva (Betinho Gomes), deputado federal (PSDB-PE)

Helder Barbalho, ministro da Integração Nacional (PMDB-PA)

Helil Cardozo (PMDB-RJ)

Hélio de Oliveira dos Santos, Dr. Hélio, ex-prefeito de Campinas ( PDT-SP)

Henrique Alves, ex-ministro do Turismo (PMDB-RN)

Henrique Santana Carballal, vereador de Salvador (PV-BA)

Heráclito Fortes, deputado (PSB-PI)

Hugo Napoleão, ex-senador (PSD-PI)

Humberto Costa, senador (PT-PE)

Humberto Costa, senador (PT-PE)

Humberto Kasper, ex-presidente da Trensurb

Ideli Salvatti, ex-senadora (PT-SC)

IIson Mauro da Silva Brum, ex-candidata a prefeito de Uruguaiana (PMDB-RS)

Inaldo Leitão, ex-deputado federal (PL-PB)

Iris Rezende, prefeito de Goiânia (PMDB-GO)

Ivo Cassol, senador (PP-RO)

Jairo Jorge da Silva, ex-prefeito de Canoas (PDT-RS)

Jaison Cardoso Souza, ex-prefeito de Imbituba (PSDB-SC)

Jaques Wagner, ex-governador da Bahia (PT-BA)

Jean Jackson Kuhlmann, deputado estadual (PSDB-SC)

Jean Vieira de Lima

João Almeida dos Santos, ex-deputado federal (PSDB-BA)

João Carlos Gonçalves Ribeiro, ex-secretário de Planejamento de Rondônia

João Carlos Paolilo Bacelar Filho, deputado (PR-BA)

João Leão, vice-governador da Bahia (PP)

João Paulo Cunha, ex-deputado federal (PT-SP)

João Paulo Rillo, deputado estadual (PT-SP)

João Santana, marqueteiro

João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT

Jonas Lopes de Carvalho, conselheiro do TCE-RJ

Jorge Bittar, ex-deputado federal (PT-RJ)

Jorge Khoury, ex-deputado federal (DEM-BA)

Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio (PMDB-RJ)

Jorge Viana, senador (PT-AC)

José Aníbal, ex-senador (PMDB-SP)

José Antônio Barros Munhoz, ex-deputado estadual (PSDB)

José Carlos Aleluia, deputado (DEM-BA)

José Carlos Becker de Oliveira e Silva (Zeca Dirceu), deputado (PT-PR)

José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil

José Eduardo Siqueira Campos, ex-senador (DEM-TO)

José Feliciano de Barros Júnior, advogado

José Genoíno, ex-deputado federal (PT-SP)

José Ivaldo Gomes (Vado da Farmácia), ex-prefeito de Cabo do Santo Agostinho (PTB-PE)

José Marcelo do Nascimento Nilo, deputado estadual (PSL-BA)

Jose Maria Eymael,ex-deputado federal (PSDC-SP)

José Orcírio Miranda dos Santos (Zeca do PT), deputado (PT-MS)

José Reinaldo Carneiro Tavares, deputado (PSB-MA)

José Ricardo Franco Montoro, ex-deputado estadual (PSDB-SP)

José Roberto Arruda, ex-governador do DF (PR)

José Severiano Chaves, ex-deputado (PTB-PE)

Josefina Soares Bruggemann, vereadora (PP-RS)

Juçara Feitosa de Oliveira, suplente de senador (PT-BA)

Júlio Lopes, deputado (PP-RJ)

Jussara Osório de Almeida, ex-vereadora (/Rede-RS)

Jutahy Magalhães Júnior, deputado (PSDB-BA)

Kátia Abreu, senadora (PMDB-TO)

Laurez da Rocha Moreira, prefeito (PSB-TO)

Lázaro Noé da Silva, candidato derrotado a prefeito (PPS)

Leur Antônio de Brito Lomanto Júnior, deputado estadual (PMDB-BA)

Lídice da Mata, senadora (PSB-PE)

Lindberg Farias, senador (PT-RJ)

Luciano Santos Rezende, prefeito (PPS-ES)

Lúcio Quadros Vieira Lima, deputado (PMDB-BA)

Lúdio Frank Mendes Cabral, ex-vereador (PT-MT)

Luis Cláudio Lula da Silva, filho de Lula (SP)

Luiz Augusto Fuhrmann Schneider, prefeito (PSDB-RS)

Luiz Eduardo Melin de Carvalho e Silva, ex-diretor do BNDES

Luiz Fernando Pezão, governador do Rio (PMDB)

Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente (PT-SP)

Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo (PT)

Luiz Paulo Vellozo Lucas, ex-deputado federal (PSDB-ES)

Luiz Roberto de Albuquerque, depuado federal (PSB-RS)

Lusenrique Quintal, empresário (PSD)

Maguito Vilela, ex-governador de Goiás (PMDB)

Manuela d’Ávila, deputada federal (PCdoB-RS)

Marcelo de Lima Lélis, ex-deputado estadual (PV-TO)

Marcelo Miranda, governador do Tocantins ( PMDB)

Márcio Araújo de Lacerda, ex-prefeito (PSB-MG)

Marco Arildo Prates da Cunha, ex-presidente da Trensurb

Marco Maia, deputado (PT-RS)

Marconi Perillo, governador de Goiás (PSDB)

Marcos Antônio Pereira, ministro da Indústria, Comércio e Serviços (PRB-ES)

Maria da Conceição Caldas Rabha, ex-prefeita (PT-BA)

Maria do Rosário Nunes, deputada (PT-RS)

Mário de Melo Kertesz, ex-prefeito (PMDB-BA)

Mário Negromonte Júnior, deputado (PP-BA)

Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades (PP-BA)

Mariton Benedito de Holanda, ex-deputado federal (PT-RO)

Milton Monti, deputado (PR-SP)

Milton Monti, deputado (PR-SP)

Moisés Pinto Gomes, marido da senadora Kátia Abreu

Moreira Franco, secretário-geral da Presidência (PMDB-RJ)

Napoleão Bernardes, prefeito de Blumenau (PSDB-SC)

Nelson Pellegrino, deputado (PT-BA)

Nilson Bonome, candidato derrotado a prefeito (PMDB-SP)

Omar Aziz, senador (PSD-AM)

Ônix Lorenzoni , deputado (DEM-BA)

Osmar Dias, ex-senador (PDT-PR)

Oswaldo Baptista Duarte Filho, ex-prefeito de São Carlos-SP (PT)

Othon Luiz da Silva Pinheiro, ex-presidente da Eletronuclear

Palminio Altimari Filho, ex-prefeito (PMDB-SP)

Paulo Altomani, ex-prefeito de São Carlos-SP (PT)

Paulo Bernardo Silva, ex-ministro do Planejamento (PT)

Paulo Bernardo, ex-ministro (PT-PR)

Paulo César de Melo Sá, deputado estadual (PMDB-RJ)

Paulo Ferreira, ex-deputado federal (PT-SP)

Paulo Hadish, ex-prefeito (PSB-SP)

Paulo Hartung, governador do Espírito Santo (PMDB)

Paulo Henrique Ellery Lustosta da Costa, deputado (PP-CE)

Paulo Magalhães Júnior, vereador (PV-BA)

Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula (PT)

Paulo Pereira da Silva, deputado (SD-SP)

Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras

Paulo Roberto Galvão da Rocha, senador (PT-PA)

Paulo Rubem Santiago Ferreira, ex-deputado federal (PSOL-PE)

Paulo Sérgio de Sá Bittencourt Câmara, vereador (PSDB-BA)

Paulo Skaf, presidente da Fiesp (PMDB)

Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras

Pedro Eurico de Barros e Silva, candidato derrotado a deputado federal (PSDB-PE)

Pedro Paulo Carvalho Teixeira, deputado (PMDB-RJ)

Pedro Ramos de Miranda, assessor do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB)

Raimundo Coimbra Júnior, ex-deputado federal (PMDB-TO)

Raimundo Colombo, governador de Santa Catarina (PSD)

Renan Calheiros Filho, governador do Alagoas (PMDB)

Renan Calheiros, senador (PMDB-AL)

Renata Anchão Braga, ex-prefeita (PSDB-SP)

Renato Casagrande, ex-governador do Espírito Santo (PSB-ES)

Ricardo Ferraço, senador (PSDB-ES)

Ricardo Fortunato de Oliveira, ex-prefeito (PMDB-GO)

Riverton Mussi Ramos, ex-prefeito (PMDB-RJ)

Robério Bandeira de Negreiros Filho, deputado distrital (PMDB-DF)

Roberto Carlos de Souza, ex-prefeito (PSDB-SC)

Roberto Massafera, deputado estadual (PSDB-SP)

Robinson Faria, governador do Rio Grande do Norte (PSD)

Rodrigo Garcia, deputado (DEM-SP)

Rodrigo Jucá, advogado e filho de Romero Jucá (PSD-RR)

Rodrigo Maia, deputado (DEM-RJ)

Rodrigo Maia, deputado (DEM-RJ)

Rogerio Pascon, prefeito (PTB-SP)

Romero Jucá Filho, senador (PMDB-RR)

Ronaldo Dimas, prefeito (PR-TO)

Ronnie Peterson Colpo Mello, prefeito (PP-RS)

Rosalba Ciarlini, prefeita de Mossoró (PP-RN)

Rosângela Garotinho, ex-governadora do Rio (PR-RJ)

Rosely Nassim Jorge Santos

Rubens Merguizo Filho, prefeito (PMDB-SP)

Rubens Moreira Mendes Filho, ex-deputado federal (PSD-RO)

Saldanha Leivas Cougo, candidato derrotado a deputado federal (PRB-SP)

Sandoval Lôbo Cardoso, ex-governador do Tocantins (SD)

Sandro Antonio Scodro, ex-deputado federal (PMDB-GO)

Sebastião Almeida, ex-prefeito de Guarulhos-SP (PDT)

Sérgio Cabral, ex-governador do Rio (PMDB)

Tiago Brandão Correia, vereador (PTN-BA)

Tião Viana, governador do Acre (PT)

Ulisses César Martins de Sousa, ex-procurador-geral do Estado do Maranhão

Valdemar da Costa Neto, ex-deputado (PR-SP)

Valdir Raupp, senador (PMDB-RO)

Valmir Queiroz Mariano, ex-prefeito (PSD-PA)

Valtimir Ribeirão, candidato derrotado a prefeito (PMDB-SP)

Vander Loubet, deputado (PT-MS)

Vanessa Damo, ex-deputada estadual (PMDB-SP)

Vanessa Grazziotin, senadora (PCdoB-AM)

Vicente Cândido, deputado (PT-SP)

Vicente Paulo da Silva, deputado (PT-SP)

Vital do Rêgo Filho, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU)

Waldir Pires, vereador de Salvador (PT-BA)

Wayner Fajardo Gasparello, secretário municipal de Obras do Rio

Wilma Faria, vereadora (PT do B-RN)

Wilson Carlos Cordeiro, ex-secretário municipal de Governo do Rio

Yeda Rorato Crusius, deputada (PSDB-RS)

É claro que a lista acima mais confunde do que esclarece. Passa a impressão de que Roberto Freire (que pode ter recebido uma doação da Odebrecht por caixa 2 de campanha) é tão criminoso quanto Lula (que chefiou o maior esquema criminoso de poder da história universal, cometendo, entre outros crimes comuns, crimes políticos contra a democracia). A lista coloca no mesmo saco o batedor de carteira que pontifica na Via San Gregorio Armeno, em Nápoles, na época de Natal, o Berlusconi e o Mussolini. Reforça a falsa versão de que um candidato da cidade do Porto, que pegou dinheiro de um comerciante local para fazer sua campanha e não declarou é a mesma coisa que José Sócrates e, pior, que Antônio Salazar.

Vejamos o caso de Lula, do qual se conhece ainda muito pouco. Além de tudo que já está em andamento, compreendendo Sítio em Atibaia, Triplex em Guarujá e outros delitos, Lula é alvo de seis pedidos de abertura de inquérito que serão remetidos por Edson Fachin à Justiça Federal em Curitiba. Num deles, Lula será investigado ao lado do filho Luís Cláudio, o Luleco. Em outro, o ex-presidente divide o inquérito com Dilma, Guido e Palocci. Há ainda um com José Ferreira Silva, um com Jaques Wagner, um com Paulo Okamotto e um sobre Angola:

Lula inquéritos

Ora, Lula não é Sergio Cabral e, muito menos, Roberto Freire. Assim como Dirceu não é Cunha e Palocci não é Renan. Os democratas precisam ver onde mora o perigo. Como já foi dito no último artigo linkado neste parágrafo:

Você quer entender a diferença entre a corrupção de um Sergio Cabral e a de um Lula? Pergunte aos ditadores Raul Castro (Cuba) ou José Eduardo (Angola).

Você quer entender a diferença entre a corrupção de um Cunha e a de um Dirceu? É simples também! Pergunte a Maduro (Venezuela) e a Ortega (Nicarágua).

Você já viu fartas evidências dos roubos de Sérgio Cabral e de Cunha, certo? Quanto você acha que eles repassaram para financiar ditaduras e protoditaduras?

Tudo seria mais claro se a PGR e o STF não estivessem mergulhando o país na escuridão. Tudo seria mais simples se não houvesse tanto investimento na confusão. Os resultados desastrosos de confundir os três tipos de crime comentados neste artigo serão:

1 – A impunidade da maioria dos investigados, que vão se unir para barrar ou prorrogar indefinidamente os processos. Como o PT escondeu seus crimes de Tipo 3, dentro dos delitos de Tipo 2 e de Tipo 1, os atores políticos tradicionais – por razões de sobrevivência – viraram seus aliados tácitos e principais defensores. A menos que haja uma revolta popular de grandes proporções, é impossível que o atual Congresso, com o apoio dos governadores e de todos os atores do sistema político que estão implicados, não aprove leis para escapar da justiça, desidratar a Lava Jato, anistiar a corrupção (propina disfarçada de caixa 2), alterar as regras do sistema eleitoral (com financiamento exclusivamente estatal e voto em lista), desfigurar as 10 Medidas contra a corrupção etc.

2 – A salvação da organização criminosa (o PT) e de seu líder (Lula, o chefe). O sonho dourado dos malfeitores neopopulistas é que as pessoas pensem assim:

“Ora, se todos são igualmente corruptos, por que não Lula?”

E se Lula não for condenado em duas instâncias e ficar inelegível, ele voltará em 2018. No meio da confusão armada, não há nenhuma denúncia capaz de descredenciá-lo aos olhos dos eleitores (para os quais, por exemplo, um Cabral cometeu crimes muito piores). O moralismo reinante na sociedade brasileira levará as pessoas a repetir cegamente: “Tudo é crime, tudo é ruim, tudo deve ser igualmente punido, fora todos”. Manipulando esse moralismo de analfabetos democráticos, surgirão os “salvadores da pátria” ditos de direita, mas tão autocráticos quanto Lula.

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