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Socorro!

Queria falar das coisas inovadoras que estou fazendo, dos resultados preliminares – alguns surpreendentes – das investigações em que estou envolvido, mas não dá. O ambiente social está claramente desfavorável à criatividade e à inteligência. Há uma nuvem pairando sobre nós, escurecendo todo o céu.

Os que defendem a democracia, não podemos nos omitir num momento como este. Mas, convenhamos, é cansativo ficar resistindo a um governo que já morreu e esqueceu de deitar. Precisamos urgentemente que esse nó político seja desatado para retomar nossas atividades criativas. E a crise, que está nos levando, a todos, à falência, só poderá ser enfrentada com a saída do PT do governo. Sem isso, nada se resolverá e vamos continuar ladeira abaixo. Nossa própria sobrevivência ficará ameaçada em termos econômicos. E se o pior cenário se configurar (por exemplo, se o STF aparelhado quiser intervir no poder legislativo para salvar Lula e o PT), teremos crise institucional seguida de possível convulsão social com ameaças reais às nossas vidas (em termos físicos mesmo).

Sinceramente? A teimosia de Dilma em continuar como sub-chefe de facção, resistindo num bunker em que transformou o Planalto e a insistência do PT em não largar o osso e, numa estratégia de tudo ou nada, nos levar para o buraco, está ficando insuportável. O Brasil está parado, nossos negócios estão parados, ninguém arrisca nada, as atividades de inovação social e empresarial simplesmente não acontecem.

Está tudo congelado. Só porque Lula tem medo de ser preso, o PT avalia que não tem como se defender, fora do governo, de milhares de processos que virão pelos milhares de crimes que cometeu e não sabe o que fazer com cerca de 100 mil militantes que estão alocados no Estado e têm empregabilidade próxima de zero. Enquanto isso, 200 milhões de brasileiros têm que pagar o pato. Eu tenho que me virar. Você tem que sofrer. É desesperador!

Se não dermos agora o passo decisivo – com o impeachment – para começar a resolver o problema, vamos ter que migrar para um modo-de-resistência de longa duração. Mutatis mutandis, para muitos de nós, democratas de comportamento (e não apenas de pensamento), será como viver na clandestinidade (no meu caso, será como voltar àquele lugar do passado onde vivi no início dos anos 70). Viver num clima de guerra (mesmo recusando a guerra) é a pior coisa que pode acontecer.

E aí? Como continuaremos nossas atividades criativas? Como daremos prosseguimento às nossas investigações inovadoras? O tempo está passando, nossas vidas estão se desgastando. E tudo isso para quê?

Socorro!

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