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Um retrato da revolução pela corrupção

É uma foto “histórica”, como alguns gostam de dizer. Trata-se de um instantâneo de parte da delegação que se reuniu em Cuba para o enterro do ditador Fidel Castro.

Quem está na foto? Além dos ditadores Raul Castro (de farda, sim a ditadura cubana é militar) e Nicolás Maduro, da Venezuela, os protoditadores Daniel Ortega e Evo Morales (Correa, do Equador, por alguma razão, não aparece). E aí vem o melhor do registro fotográfico: Lula e Dilma, Vagner Freitas (da CUT), Guilherme Boulos (do falso movimento social MTST) e João Pedro Stedile (do falso movimento social MST). Claro que Fernando Morais não poderia faltar (de chapéu). E o mais espantoso é que pontificou também o investigado da Lava Jato, lugar-tenente de Zé Dirceu, editor do veículo da rede suja Opera Mundi, Breno Altman (ao lado de Stedile).

Se havia alguma dúvida sobre a preferência dos chefes petistas por ditadura, a foto se encarrega de dissipar. Se havia algum desconhecimento de que CUT, MST e MTST são organizações hierárquicas e autocráticas de esquerda, disfarçadas de movimentos sociais ditos “revolucionários”, que atuaram no reinado petista como correias de transmissão partidária, o retrato de famiglia trata de aplacar.

Eis aí o perigo de que, em parte, a democracia brasileira escapou neste conturbado 2016. Não, o Brasil não era uma ditadura (como Cuba). Não, o Brasil não era um país bolivariano (uma invenção da ditadura dos Castro), como a Venezuela, a Nicarágua (outra invenção castrista), a Bolívia ou o Equador. Mas a direção do partido e do Estado ficaram no Brasil, por uma década, nas mãos de pessoas que gostam de ditadura (que reverenciam o castrismo e apoiam o bolivarianismo, inclusive financeiramente, desviando nossos recursos para sustentar projetos antidemocráticos mundo afora e, inclusive, para bancar candidaturas de autocratas como Chávez, Maduro e Funes).

As pessoas têm, em geral, dificuldade de entender por que a corrupção do PT – de um Lula e de um Dirceu – é diferente da corrupção dos velhos políticos tradicionais, como Cunha ou Cabral. Não apareceriam no retrato, mesmo se soltos estivessem, Eduardo Cunha e Sergio Cabral. Mas a foto também esclarece isso. Nela não vemos Renan Calheiros e José Sarney, Jader Barbalho ou Fernando Collor. Por que? Porque não é um encontro de pessoas que se corrompem apenas para enriquecer e se dar bem na vida. É uma reunião de pessoas que se corrompem – como lacrou certa vez o já saudoso Ferreira Gullar – para fazer a “revolução pela corrupção”.

Dirceu e Vaccari, ah!… estes sim, se pudessem, não perderiam por nada o convescote da esquerda marxista-leninista reunida na “ilha paradisíaca”. Porque Havana não está apenas a 5 mil km de Brasília. Está em algum lugar do passado remoto. O que se vê na foto são mortos-vivos, ou seja, pessoas que já morreram enquanto estão vivas. Renato Jannuzzi Cecchettini brincou no Facebook: “Nova Temporada: Walking Dead Cuba, com astros especialmente convidados…”

Mais uma vez se confirma o velho dito de que uma foto vale mais do que mil palavras. Esta vale por um milhão!

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