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Quem foi o acusador? – O Julgamento de Sócrates de I. F. Stone – 11

Continuamos a transcrever o excelente livro de I. F. Stone (1988), O Julgamento de Sócrates, tradução brasileira de Paulo Henriques Britto, do original em inglês The Trial of Socrates, publicada pela Editora Schwarcz (São Paulo: Companhia das Letras, 2005).

Já foram publicados:

1) O Prefácio, o Prelúdio e os três primeiros capítulos da Primeira parte: 1 – As divergências básicas; 2 – Sócrates e Homero; 3 – Uma pista no episódio de Tersites

2) O quarto capítulo: A natureza da virtude e do conhecimento

3) O quinto capítulo: A coragem como virtude

4) O sexto capítulo: Uma busca inútil: Sócrates e as definições absolutas

5) O sétimo capítulo: Sócrates e a retórica

6) O oitavo capítulo: O ideal de vida: a terceira divergência socrática

7) O nono e último capítulo da Primeira parte: Os preconceitos de Sócrates.

8) O décimo e primeiro capítulo da Segunda parte: Por que esperaram tanto?

9) O décimo-primeiro capítulo, que é o segundo capítulo da Segunda parte: Os três terremotos

10) O décimo-segundo capítulo: Xenofonte, Platão e os três terremotos

Segue abaixo o décimo-terceiro capítulo (o terceiro da Segunda parte).

13. O PRINCIPAL ACUSADOR

Dos TRÊS ACUSADORES DE SÓCRATES, o único que tinha destaque em Atenas era Ânito. Os outros dois, Meleto e Lícon, eram figuras obscuras, a respeito das quais pouco mais se sabe do que aquilo que é dito por Sócrates na Apologia. Sócrates afirma que Lícon participa da acusação como representante dos oradores; Meleto, dos poetas; e Ânito, dos artesãos e líderes políticos (1). Se isso é verdade, conclui-se que todos os principais cidadãos da cidade estavam unidos contra Sócrates. Dos três acusadores, só Ânito realmente tinha peso. Lícon não era famoso como orador, nem Meleto como poeta. Mas Ânito era um próspero curtidor e desempenhara um papel importante na resistência armada que derrubou Crítias e restaurou a democracia. Na Apologia, contudo, o único que fala é Meleto, que aparece como um indivíduo um tanto obtuso, incapaz de fazer frente a Sócrates.

Ârnto não se manifesta na Apologia, nem tampouco Crítias é mencionado, mas os dois são presenças importantes por trás do que se diz no julgamento. Crítias, embora já morto, era de certo modo a principal testemunha de acusação, o melhor exemplo da má influência de Sócrates no sentido de “corromper” a jeunesse dorée ateniense e volta-la contra a democracia. O prestígio de Ânito e a má fama de Crítias foram os principais fatores que impediram a absolvição.

Ânito é por vezes apresentado como um democrata fanático. O Source book on Sócrates, obra indispensável, preparada pela Open University, Inglaterra, chega mesmo a qualificar Ânito como “evidentemente um político de esquerda” (2). Talvez fosse compreensível ver Ânito como um democrata extremista de antes de 1880, quando a Constituição de Atenas de Aristóteles foi recuperada das areias quentes do Egito. Nessa obra Ânito aparece não como democrata, mas como lugar-tenente do líder moderado Terâmenes, que tanto em 411 quanto em 404 defendeu a extinção dos direitos políticos dos pobres, porém em ambas as revoluções voltou-se contra os extremistas oligárquicos quando eles começaram a suprimir os direitos políticos — e recolher as armas — da classe média também. Ânito era um dos líderes ricos da classe média que não gostavam da democracia integral, porém logo concluíram que ela era preferível a uma ditadura aristocrática estreita — e bem menos ameaçadora em relação às suas vidas e propriedades (3).

Mesmo antes de ser encontrado o tratado perdido de Aristóteles, já deveria estar claro que Ânito era um líder moderado. Nas Helênicas de Xenofonte esse fato é evidente. Nessa obra, no grande debate entre Crítias e Terâmenes, antes da execução deste, Terâmenes cita Ânito duas vezes como exemplo da classe de moderados ricos que Crítias estava empurrando para a oposição.

Ânito teve graves prejuízos quando sua propriedade foi confiscada pelos ditadores depois que ele passou para a oposição. Após a restauração da democracia, conquistou o respeito geral porque não utilizou sua influência política para recuperar suas propriedades perdidas. Tais processos eram proibidos pela anistia, e Ânito acatou a proibição de modo honrado. Sabemos desse fato graças a um discurso do orador Isócrates, referente a uma questão judicial ocorrida cerca de dois anos antes do julgamento de Sócrates, no qual é afirmado que

Trasíbulo e Ânito, homens da maior influência na cidade, embora lhes tenham sido roubadas grandes quantias [no regime dos Trinta] e eles saibam quem entregou [aos ditadores] as listas de seus bens, assim mesmo não têm a impudência de os processar ou levantar contra eles velhos rancores; pelo contrário, mesmo […] tendo mais poder de realizar seus intentos do que outros, em relação a questões cobertas pelo acordo [i.e., a anistia] ao menos, julgam eles apropriado colocar-se em pé de igualdade com os outros cidadãos (4).

Ânito, em particular, não era apenas um mestre curtidor que de repente se tornou general da resistência. Ele já era general na guerra do Peloponeso; sabemos que foi enviado com trinta trirremes, em 409 a.C, para tomar dos espartanos a fortaleza de Pilo — atual Navarino —, porém o mau tempo prejudicou a expedição (5).

Segundo uma lenda, Ânito teve um mau fim. Ela surge pela primeira vez cerca de cinco séculos depois do julgamento de Sócrates, nas Vidas dos filósofos de Diógenes Laércio. Segundo esse autor, após a morte de Sócrates “foi tamanho o remorso dos atenienses, que eles se voltaram contra seus acusadores, executaram Meleto, expulsaram da cidade Ânito e Lícon e erigiram “uma estátua de bronze” a Sócrates.

Diógenes diz mais ainda: “Os atenienses arrependeram-se de modo semelhante em muitos outros casos que não o de Sócrates”. Assim, teriam feito o mesmo após multarem Homero no valor de cinquenta dracmas, acusando-o de louco! (6). Basta isso para caracterizar toda a história como uma invenção. Se tal coisa tivesse de fato acontecido, se o poeta tivesse sido tratado desse modo na cidade mais culta da Grécia, o impacto desse escândalo teria reverberado por toda a literatura da Antiguidade. E se Atenas tivesse se arrependido e erigido uma estátua a Sócrates, certamente Platão e Xenofonte mencionariam o fato.

Quanto a Ânito, Diógenes apresenta duas versões do que teria acontecido com ele: uma, na sua biografia de Sócrates; outra, na de Antístenes, um relato igualmente interessante, porém contraditório. Diógenes diz que Antístenes, o mais velho discípulo de Sócrates, “é considerado responsável pelo exílio de Ânito e a execução de Meleto”. Segundo ele, Antístenes, algum tempo após a morte de Sócrates, “conheceu alguns jovens do Ponto que tinham sido atraídos a Atenas pela fama de Sócrates”. Antístenes “levou-os para conhecer Ânito”, dizendo-lhes com ironia ser ele mais sábio que Sócrates. Os jovens, “muito indignados, expulsaram Ânito da cidade” (7). Segundo a outra versão, Ânito foi exilado pelos atenienses e posteriormente expulso da Heracléia do Ponto, quando foi se refugiar lá. A esse relato, o orador Temístio, no século IV d.C., acrescenta um detalhe por sua conta: o povo de Heracléia teria ficado tão furioso com a execução de Sócrates que apedrejou Ânito até a morte assim que este chegou (8).

Tais lendas refletem a aura de que o gênio de Platão já revestira o nome de Sócrates no tempo do Império Romano. Na verdade, sabemos de fontes fidedignas que mais de dez anos após o julgamento de Sócrates Ânito continuava sendo uma figura importante na vida política de Atenas, tendo sido eleito para um dos cargos mais importantes da cidade. Essa informação aparece numa oração de Lísias intitulada Contra os comerciantes de trigo. O próprio Lísias era amigo de Sócrates (9).

Esse discurso foi pronunciado num julgamento realizado por volta de 386 a.C., mais ou menos treze anos depois do julgamento de Sócrates. Os comerciantes de trigo eram acusados de violar leis que protegiam o mercado cerealista dos cartéis que visassem fixar preços. A fiscalização do cumprimento dessas leis ficava a cargo de inspetores municipais chamados sitophylakes, ou seja, guardiães dos cereais. Os atenienses não eram cegos para as realidades do “livre mercado”. Os inspetores eram considerados archons, que eram os principais magistrados da cidade, e, sendo um desses inspetores, Ânito foi testemunha de acusação (10).

Também eu acredito que deveria ter havido uma reação de indignação contra o veredicto que condenou Sócrates. Mas não há sinal de tal coisa em toda a literatura do século posterior a sua morte que tenha chegado até nós. Sócrates só se tornou uma figura reverenciada fora dos círculos platônicos muito tempo depois de sua morte. Em Aristóteles, não encontramos um culto a Sócrates; o autor faz muitas referências a ele, porém com teor bem crítico, e não menciona seu julgamento.

O teatro era o principal indicador da opinião pública em Atenas. Mas não encontramos, nos inúmeros fragmentos de tragédias e comédias produzidas pouco depois do julgamento, nenhum sinal de tristeza ou indignação. Há um fragmento de uma peça perdia de Eurípedes, chamada Palamedes, na qual o autor— segundo Diógenes Laércio — repreende o povo de Atenas pelo que fez com Sócrates. Diz o fragmento: “Matou, matou, o mais sábio, o inocente, o rouxinol das musas”. Mas o nome de Sócrates não é mencionado, e — quaisquer que fossem suas qualidades — ele estava longe de ser o rouxinol das musas, expressão que designa um poeta lírico. O próprio Diógenes observa, contrariado, que Filócoro, o mais famoso cronista ateniense do século IV, “afirma que Eurípides morreu antes de Sócrates” (11); assim, o fragmento citado por Diógenes certamente se refere a outra pessoa (12).

Tampouco encontramos referência alguma ao julgamento nas obras de Demóstenes, que foi em seu século o maior defensor do que hoje em dia chamaríamos de liberdades civis. A mais antiga referência ao julgamento feita no século seguinte, das que chegaram até nós — excetuados os textos de Platão e de Xenofonte —, encontra-se num famoso discurso, Contra Timarco, do orador Esquines, rival de Demóstenes. O discurso foi pronunciado num julgamento em 345 a.C., e constituiu mais um episódio no longo e acirrado conflito entre os dois grandes oradores. Nele, Sócrates é mencionado rapidamente, de passagem.

Timarco, o homem que estava sendo acusado por Ésquines, era protegido de Demóstenes. Ésquines cita o veredicto contra Sócrates não como um exemplo terrível de violação das liberdades civis, mas como um precedente salutar a ser seguido no caso de Timarco. Esquines afirma que um tribunal ateniense “condenou à morte o sofista Sócrates […] porque ficou provado ter sido ele mestre de Crítias, um dos Trinta que derrubaram a democracia”. Ésquines venceu a questão. A fala de Ésquines mostra que, cinquenta anos depois do julgamento de Sócrates, a opinião pública acreditava que o velho “sofista” tinha sido justamente punido, por ter sido professor do odiado Crítias. Não fosse esse o caso, certamente Ésquines não teria mencionado o veredicto contra Sócrates como precedente.

Aparentemente, não foi apenas a política que causou problemas no relacionamento de Ânito com Sócrates, mas também uma discordância a respeito da educação do filho daquele. Segundo a Apologia de Xenofonte, Sócrates achava que Ânito levantara a acusação “por haver-lhe eu dito […] que ele não deveria limitar a educação do filho ao ofício de curtidor”. O ofício de curtidor era considerado vulgar por atenienses aristocráticos como Xenofonte e Platão. Mas é pouco provável que um líder político de classe média como Ânito limitasse a educação de seu filho a esse ofício, pois dessa forma o filho não poderia seguir os passos do pai e vir a desempenhar um papel importante na vida política da cidade.

Tudo indica que havia uma rivalidade entre Sócrates e Ânito em relação ao filho deste. Revela Sócrates na Apologia de Xenofonte: “Tive um rápido contato com o filho de Ânito, e pareceu-me ele não carecer de firmeza de caráter” (14). Sócrates não explica por que motivo esse contato foi tão rápido.

No Mênon, Platão relata um confronto áspero entre Sócrates e Ânito. Sócrates, que normalmente zomba dos sofistas, agora se põe a defendê-los. Tem-se a impressão de que, no Mênon, Ânito considera Sócrates um “sofista” como outro qualquer. Quando Ânito entra em cena, Sócrates e Mênon estão discutindo a questão de como ensinar virtude aos filhos dos homens famosos, e Sócrates desafia Ânito a citar um único homem famoso que tivesse se revelado bom professor ensinando as virtudes a seus filhos. Diz Sócrates: “Menciona um nome, qualquer um que quiseres”.

“Mas por que mencionar alguém em particular?”, diz Ânito. “Qualquer ateniense de bem que [o filho] encontre […] lhe fará mais bem, desde que ele o ouça, do que os sofistas […] ou julgas que em nossa cidade não tivemos muitos homens de bem?” (15). Ele interrompe a discussão com um aviso: “Sócrates, tenho a impressão de que você difama as pessoas com leviandade. Se quer um conselho, ouça-me: seja mais cuidadoso. Talvez seja mais fácil, na maioria das cidades, fazer mal do que bem às pessoas; certamente nesta isso é verdade” (16). Parece tratar-se de uma ameaça.

Na Apologia de Xenofonte, depois do julgamento Sócrates manifesta sua hostilidade com uma profecia rancorosa: “Predigo que ele [o filho de Ânito] não permanecerá no ofício servil em que seu pai o colocou”. Diz Sócrates que, “por falta de um conselheiro esclarecido”, o filho de Ânito “será presa de alguma tendência vergonhosa e haverá de ir longe no vício”. Comenta Xenofonte: “Assim falando, Sócrates não se enganou; apaixonando-se pelo vinho, o rapaz não parava de beber, dia e noite, e acabou tornando-se um inútil para a cidade, para os amigos e para si próprio. Assim, Ânito, embora já morto”, conclui Xenofonte, triunfante, “ainda tem má reputação, devido à educação errônea que deu ao filho e a sua dureza de coração” (17).

Isso mostra que a Apologia de Xenofonte foi escrita após a morte de Ânito. Se este tivesse sido expulso de Atenas pela população arrependida, após o julgamento, e tivesse morrido nas mãos de uma multidão indignada na cidade onde foi buscar refugio, certamente Xenofonte teria mencionado tais fatos.

Acrescente-se que Ânito agiu de modo sensato ao afastar seu filho da influência de Sócrates. Ele tinha bons motivos para temer que o filósofo fizesse o rapaz voltar-se contra ele, ensinasse-o a desprezar a profissão do pai e o pusesse em contato com jovens aristocratas que terminariam por convertê-lo num esnobe pró-espartano e aliado dos Trinta.

Notas

1. Platão, Apologia, 23E (Loeb 1:91).

2. Ferguson, Source book, 177n.

3. Constituição de Atenas, 34.3 (Loeb 101). Aristóteles explica que quando Atenas finalmente perdeu a longa guerra contra Esparta, dois grupos de descontentes tentaram pôr fim à democracia. Um era composto de aristocratas que haviam se exilado na época do regime democrático e que foram trazidos de volta pelos espartanos, ou que haviam sido membros dos hetaireiai, as associações antidemocráticas. O outro era formado por “aqueles notáveis que não eram membros de nenhuma associação, mas que sob outros aspectos não eram inferiores em reputação a cidadão algum”. Estes “ansiavam pela constituição ancestral” — maneira eufemística de se referir a uma democracia limitada. “Eram membros deste partido Arquino, Ânito, Cleitofonte e Formísio, e seu principal líder era Terâmenes”. Foi assim que os Trinta tomaram o poder em Atenas.

4. Isócrates, 3 vols. (Loeb Classical Libraiy, 1928-1945, reimpressão), Contra Calímaco, 23-24 (3.269). Trasíbulo era um estadista e general ateniense, um aristocrata que tanto em 411 quanto em 404 ficou do lado dos democratas e foi o líder militar da oposição que derrubou o regime dos Trinta. Sua vida é contada com eloquência em Vidas dos grandes generais, do escritor romano Comélio Nepos.

5. Constituição de Atenas, 27.3 (Loeb 82-83).

6. Diógenes Laércio, 2.43 (Loeb 1:173).

7. Ibid., 6.10 (Loeb 2:11).

8. Temístio, 20.239C.

9. Esse relacionamento parece ter inspirado outro relato interessante, porém espúrio, a respeito de Sócrates, em Diógenes Laércio. Diz o autor que Lísias, o mais famoso redator de discursos da época, escreveu uma oração para Sócrates ler no julgamento, porém o filósofo rejeitou-a, dizendo: “Um belo discurso, Lísias, mas não é adequado a mim”. Diógenes Laércio explica que era claramente mais forense que filosófico”. Lísias argumentou: “Se é um belo discurso, como então não é adequado a ti?”. Ao que Sócrates retrucou: “Não concordas que belos trajes e belos sapatos seriam inadequados a mim?” (Diógenes Laércio, 2.41 [Loeb 1:171]). Esse episódio delicioso poderia ter acontecido, mas não aconteceu, pois nesse caso certamente outras fontes o teriam relatado. O texto de uma defesa de Sócrates redigida por Lísias seria um acréscimo importante à coleção de suas orações, um grande número das quais foi preservado como modelo do estilo ático. Seja como for, nem mesmo Lísias poderia ter confeccionado para a defesa de Sócrates trajes tão belos quanto a Apologia de Platão.

10. Lísias, 22.8 ss. Mas uma história interessante, por mais espúria que seja, tem sempre uma longa sobrevida. A venerável enciclopédia de Pauly e Wissowa, embora mencionasse o discurso de Lísias sobre os comerciantes de cereais, assim mesmo engoliu a história do exílio de Ânito e sua morte por apedrejamento em Heracléia. O OCD limita-se a concluir, circunspecto, que “os relatos a respeito do banimento e assassinato de Ânito talvez sejam invenções posteriores”. Mas a edição mais recente de Der kleine Pauly (1:col. 417) finalmente conclui que a “lenda” a respeito do fim trágico de Ânito é refutada pela informação de que posteriormente ele atuou como archon.

11. Diógenes Laércio, 2.44 (Loeb 1:173).

12. Os oradores do século IV Lísias e Isócrates eram amigos mais jovens de Sócrates. Lísias, que tanto sofreu no regime dos Trinta, jamais defende Sócrates. Isócrates, que viveu até os noventa anos de idade e só morreu 61 anos após o julgamento, faz uma única referência breve em defesa de Sócrates em suas obras que chegaram até nós, que enchem três volumes da edição Loeb. Em sua obra Busíris, escrita nove anos após o julgamento, Isócrates afirma: “Você dá a impressão de escrever um panegírico dele ao lhe atribuir Alcibíades como discípulo. Ninguém jamais o considerou aluno de Sócrates, ainda que todos admitissem suas [de Alcibíades] qualidades notáveis” (Ferguson, Source book, 177). Discreto, Isócrates não faz nenhuma menção a Crítias, que Polícrates associava a Alcibíades, citando os dois como os piores exemplos dentre os alunos de Sócrates.

13. Ésquines (Loeb Classical Library, 1919), 1.173 (139).

14. Xenofonte, Apologia, 29 (Loeb, 4:661).

15. Mênon, 92E-93A (Loeb 4:345).

16. Ibid., 94A (Loeb 4:351).

17. Xenofonte, Apologia, 30-31 (Loeb 4:661).

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