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Que maluco do carvalho!

Vejam abaixo dois posts de um antidemocrata militante que tem boa dose de responsabilidade pela turbamulta vil de ativistas que ficam nas mídias sociais pregando um golpe de Estado.

Confiram aqui o primeiro post. E aqui o segundo.

Macaqueando Lenin (que espalhou a palavra de ordem “Todo poder aos soviets”), esse irresponsável proclama: “Todo poder aos caminhoneiros”. Lá da Virgínia, nos USA, onde – como disse Reinaldo Azevedo – “pisa em cocô de urso e limpa os pés nos tapetes da impostura filosófica”, esse irresponsável não está nem aí para o sofrimento das pessoas, para a falta de remédios nas prateleiras das farmácias, de comida nos supermercados, de oxigênio nas UTI dos hospitais, de água potável nas cidades, de combustível para as ambulâncias.

Olavo é o tipo de cara providencial para qualquer aventura autoritária (uma espécie de Filippo Tommaso Marinetti de um Mussolini que gostaria de ver por aqui). Vejam que ele não trilha nem essa “bobagem” de via eleitoral. Defende golpes de Estado mesmo, quebra da institucionalidade, violação da democracia. Aposta em Bolsonaro porque vê nele não um player da democracia, mas apenas um candidato a ditador.

UM IRRESPONSÁVEL

Repetindo. No calor da hora, da confusão e do desabastecimento causado pelo locaute dos empresários de transporte e do movimento intervencionista dos facínoras que instrumentalizaram os caminhoneiros, o irresponsável Olavo de Carvalho publicou (dando uma de “Lenin da direita”):

“Todo poder aos caminhoneiros”.

Releiam o post que ele efluiu no dia 25 de maio de 2018, às 15:21 (cujo print já está acima):

“Por que os caminhoneiros estão pedindo “intervenção militar”? Deveriam eles mesmos fazer a intervenção, pois já provaram, mais de uma vez, que têm capacidade e bravura para isso. Todo poder aos caminhoneiros!”.

Agora, que a coisa não tomou o rumo que ele tolamente imaginava, veio se retratar. No dia 1 de junho de 2018, às 14:40, sua mente brilhante expeliu:

Releiam a pérola:

“Imaginei que os caminhoneiros poderiam ser a (última) força coletiva capaz de guiar moralmente a sociedade. Errei. Eles não podem.”

Ah! É mesmo? Ele errou porque imaginou que os caminhoneiros poderiam “guiar moralmente a sociedade”? Moralmente? Que coisa!

Mas, enquanto isso, os propalados 4 mil alunos e 400 mil seguidores do assassino de ursos, que acham que ele é a maior sumidade filosófica surgida desde Platão, fizeram o quê?

Ora, obedecendo ao que o seu mestre mandou, ajudaram a espalhar, nas mídias sociais e em todo lugar, que o movimento caminhoneiro era o início de uma revolução. Contribuíram destarte para instrumentalizar politicamente, ainda mais, a ação dos empresários dos transportes engrossada por organizações que também instrumentalizam os caminhoneiros, muitas vezes pela força bruta, inclusive com ameaças de morte, causando terríveis prejuízos à população que não tem nada a ver com isso.

Agora pergunto. Como um cara com mais de 70 anos, que se diz educador, pode ser tão irresponsável?

Francamente. Se esse insano é tido por um dos luminares da nova direita brasileira, vamos mal. Quem tem uma direita assim não precisa de esquerda.

Adeus, Lenin. Chamem Olavo. Que maluco do carvalho!

Sim, o problema com esse cara não é o que ele pensa. É que ele é maluco mesmo. E meio burro: se queria dar uma de Lenin deveria saber que não havia condições objetivas e subjetivas para uma revolução.

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