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Não há nada por trás do 25 de outubro chileno: é preciso ver o que está abaixo

Nem nossos melhores analistas políticos democráticos – que, infelizmente, contam-se nos dedos de uma mão – entenderam o que ocorreu em 25 de outubro de 2019 no Chile. Nem o que aconteceu no Brasil, na Turquia e no Egito, em junho de 2013.

Por que? Bem, as razões são várias, mas se combinam. Alguns por terem uma visão ainda limitada da democracia (tomada, em geral, no seu sentido fraco, como modo de administração política do Estado). Outros por não estarem acompanhando os desenvolvimentos da chamada nova ciência das redes (muitos ainda acham que redes sociais são as mídias sociais, como o Facebook, o Twitter, o Instagram, o WhatsApp).

Mas basicamente por falta de investigação – e de compreensão – das relações entre democracia e redes sociais. Poucos tomam a democracia como processo de democratização dos modos políticos de regulação de conflitos que mantêm relações de condicionamento recíproco (não de causação) com padrões sociais de organização. Redes sociais propriamente ditas – ou seja, pessoas interagindo, por qualquer meio, enquanto estão interagindo – são padrões de organização. Enxameamentos, como o que ocorreu no 25O chileno, são fenômenos de rede.

Até Demétrio Magnoli – que é um dos poucos analistas democráticos que pontificam regularmente no espaço do debate público – tem dificuldades de compreender as manifestações da fenomenologia da interação em mundos altamente conectados.

Demétrio publicou o artigo, intitulado Da revolução à revolta, um dia depois do grande swarming chileno, o 25O. Talvez ele já tivesse o artigo pronto antes da eclosão da maior manifestação da história do Chile, que não foi uma continuidade dos protestos anteriores.

Sim, no entardecer de 25 de outubro as pessoas enxamearam no Chile e saíram às ruas mais alegres do que com raiva. Os protestos violentos deram lugar a uma manifestação gigante pacífica, mais lírica do que épica.

People take part in an homage to remember Chilean musician Victor Jara in front of the National Library in Santiago, Chile, Friday, Oct. 25, 2019. Jara was tortured and killed during the dictatorship of General Augusto Pinochet. (AP Photo/Esteban Felix)

O 25O foi extremamente relevante porque a força de multidões consteladas pacificamente é mil vezes maior do que mil batalhas campais de pequenos grupos.

Houve uma mudança de natureza dos protestos: o 25O foi um verdadeiro swarming, que aglomerou cerca de 1,2 milhões de pessoas numa cidade que não chega a 6 milhões de habitantes, ou seja, de cada casa de Santiago saiu, em média, uma pessoa para a manifestação – e saiu caminhando com suas próprias pernas, convicta de que era a sua própria manifestação. Quando uma coisa assim acontece, a sua força é irresistível. Pode-se decretar Estado de Emergência, de Sítio e até de Guerra, que não adianta. Não é reprimível. É imparável.

O 25O se igualou, proporcionalmente, à maior manifestação da história humana, ocorrida em 30 de junho de 2013, no Cairo e em todas as cidades do Egito (um país de 80 milhões de habitantes), quando cerca de 20 milhões de pessoas saíram as ruas para exigir a renúncia de Mohamed Morsi, o jihadista eleito da Irmandade Muçulmana que queria se colocar acima da Constituição.

Eis a foto mais impactante e reveladora do evento 25O, com poucas bandeiras partidárias e com a frase característica: “Não estamos em guerra”.

Vamos ler o artigo do Demétrio Magnoli para voltar em seguida:

Da revolução à revolta

Demétrio Magnoli, Folha de S. Paulo (26/10/2019)

Os governos nascem das urnas; as revoltas, das ruas

Vladimir Putin atribuiu a revolução ucraniana de 2014 a um complô americano. O governo chinês menciona a “mão negra” da Casa Branca quando fala das manifestações em Hong Kong. Segundo Filipe Martins, o sábio assessor internacional do Planalto, “os recentes movimentos de desestabilização de países sul-americanos” derivam de “uma estratégia definida pela ditadura cubana, por sua proxy venezuelana e pela rede de solidariedade que as sustenta”. Quando o temível Foro de São Paulo estala os dedos, milhares erguem barricadas em Quito e Santiago…

A razão conspiratória é o lar compartilhado por regimes ditatoriais e ideólogos primitivos. A agitação social não se restringe à América do Sul. No Líbano e no Iraque, protestos de massa coincidiram com as mobilizações chilenas. Bem antes do Equador, os “coletes amarelos” conflagraram as cidades francesas, motivados também por aumentos nos combustíveis. Há algo aí, além da coincidência temporal.

São histórias singulares, países diferentes, modelos distintos. Numa ponta, a França social-democrata, com desigualdades moderadas e taxas letárgicas de crescimento econômico. Na outra, o Chile liberal, com rápida expansão econômica e fortes contrastes sociais. Porém, em todos os casos, a centelha da revolta são cortes de subsídios de transportes, elevações de preços da gasolina, tributos sobre produtos ou serviços de consumo geral. No Líbano, a faísca foi uma taxa sobre ligações por WhatsApp.

A primeira década do século, um longo ciclo de expansão mundial, deixou um rastro de gastos públicos insustentáveis. Os ajustes em curso, que refletem a redução do crescimento global e se destinam a reequilibrar as contas públicas, são os alvos das manifestações. Não é pelos 20 centavos: o conflito organiza-se em torno de contratos sociais em mutação. Como repartir a conta da austeridade? A pergunta, cedo ou tarde, chegará ao Brasil, como uma mancha de óleo. Tomem nota, Bolsonaro e Guedes.

Os governos nascem das urnas, sob a lógica da dinâmica político-partidária. As revoltas nascem das ruas, na moldura da desintermediação política generalizada. Os partidos declinam, as redes sociais tomam o lugar que foi deles. Nas margens, minorias radicalizadas explodem coquetéis molotov, enfrentam a polícia, desafiam até mesmo soldados. O quebra-quebra carece de respaldo majoritário. Contudo, que ninguém se iluda: os manifestantes contam com extenso apoio popular.

Não são levantes “espontâneos”, algo inexistente no planeta da política. Nas ruas, destacam-se as bandeiras de sindicatos, entidades estudantis, grupos organizados. Mas a desintermediação tem um preço, expresso pela ausência de lideranças definidas e de agendas nítidas de reivindicações.

As redes sociais operam como máquinas de replicação. O recuo de Emmanuel Macron, que anulou o tributo sobre a gasolina, animou mobilizações em terras distantes. A retirada do equatoriano Lenin Moreno ajudou a acender o pavio em Santiago. No fim, sitiado, o chileno Sebastián Piñera desistiu do discurso da “guerra”, ofereceu desculpas ao povo e improvisou um pacote social. Sem um Pinochet (ou um Xi Jinping), o programa ultraliberal converte-se em utopia: uma ideia fora do tempo.

Derrubar o governo —a meta extrema emergiu em todos os lugares, logo depois da conquista inicial. Os “coletes amarelos” pedem nada menos que a renúncia de Macron. A mesma exigência surgiu no Equador e, nesses dias, ecoa no Chile. A revolução, venerável senhora, o maior dos mitos modernos, levantou-se da cadeira de balanço?

Revolução, só com intermediação política. Não basta clamar pela queda do governo: é preciso definir os contornos de um poder alternativo e o desenho de um novo contrato social. A era das redes sociais, esse outono dos partidos, assinala um retrocesso. A revolução política cede à revolta social.

Sim, Demétrio acertou no final. Foi uma manifestação de revolta social, não manobra de uma revolução política. Mas essa revolta não foi propriamente produzida (no máximo desencadeada) por “minorias radicalizadas”, como ele diz – e aqui está seu primeiro erro.

Se a natureza da revolta, ele mesmo escreveu, é social e não política, o autor também erra – pelo menos no caso do 25O chileno – quando diz que “não são levantes “espontâneos”, algo inexistente no planeta da política. Nas ruas, destacam-se as bandeiras de sindicatos, entidades estudantis, grupos organizados”. Erra porque sem espontaneidade não se consegue alcançar resultados desse tamanho, ou melhor, dessa complexidade (se as pessoas não acharem que estão indo para sua própria manifestação, não enxameiam em multidões): mas um enxameamento não é um arrebanhamento, daí sua complexidade. Erra porque o 25 de outubro aconteceu no “planeta do social” e não no “planeta da política”. E erra porque, no grande ato, embora houvesse, não se destacaram “bandeiras de sindicatos, entidades estudantis, grupos organizados”. Basta ver as fotos. Ou colher depoimentos de quem estava lá.

Agora todo mundo quer discutir o que estaria por trás da maior manifestação da história do Chile, ocorrida no último 25 de outubro em Santiago. Não há nada por trás e sim abaixo (as correntes subterrâneas do fluxo interativo da convivência social), ou melhor, em outro espaço (o espaço-tempo dos fluxos, onde as redes habitam e são).

Pesquisas de opinião não são capazes de detectar o que se passa “abaixo” ou “em outro espaço”. Vejamos um exemplo:

Leonardo Vera publicou no Twitter (@LeonardoVera60) o seguinte:

“Analisamos dois estudos de opinião pública realizados no Chile sobre os protestos e manifestações. Um realizado pela IPSOS e outro pela empresa Activa Research. Estas são as conclusões que consideramos mais relevantes:

– 83% dos entrevistados apontam como a causa mais importante das manifestações o cansaço em relação às condições de vida e a falta de atenção, por parte da liderança política, às demandas sociais.

– Nas idades entre 15 e 25 anos, essa resposta (condições de vida e falta de atenção às demandas) sobe para 93% e entre 56 e mais anos cai para 67%.

– 83,6% concordam ou concordam fortemente com as manifestações e, entre as classes D e E, o apoio sobe para 86,5%. Entre os jovens de 18 e 30 anos, aumenta ainda mais: para 87,5%. Entre os que se identificam à direita, 72,3% concordam com as manifestações.

– 50,3% pensam que as manifestações foram em grande parte pacíficas. Nos segmentos de 18 a 30 anos, 66,3% acreditam que sim. No grupo de 51 anos ou mais, 60,5% acreditam que foram principalmente criminosos e vandalistas.

– 67% dos entrevistados indicam que, para superar a crise, são necessárias pautas de diálogo e mudança de direção nas medidas governamentais. Apenas 8% optaram pela opção “não dura”.

– 90,5% concordam em aumentar as demandas sociais com manifestações pacíficas. 23,5% dos jovens entre 18 e 30 anos concordam ou concordam fortemente com métodos violentos e criminais.

– Entre as principais motivações indicadas como fonte de protesto estão: salários dos trabalhadores (87,1%), preços dos serviços básicos (86,3%), pensões baixas (85,7%), desigualdade econômica (85,2%), custo de saúde (79%). Motivações criminais (23,8%).

– Zero ou pouca confiança em superar a crise: 52,5%. A favor das eleições antecipadas, 56,1% e 68,6% entre os jovens de18 a 30 anos.

– Medidas concretas a serem tomadas pelo governo para superar a crise: melhoria do salário mínimo (88,6%), congelamento de aumentos nos serviços básicos (eletricidade, água e gás) (77,5%), melhorias nas aposentadorias pilar da solidariedade (74,1), diminuir a dieta parlamentar (65,8%).

– 61% dos entrevistados justificam o toque de recolher decretado pelo Presidente Piñera em 19 de outubro e os mais velhos o apoiam.

– 57% apontam que um longo processo de mudanças virá. Apenas 10% acreditam que nada vai mudar.

– 78% dos entrevistados pensam que os dias de protesto afetarão negativa ou muito negativamente a imagem do país. Mas 45% pensam que o efeito passará em breve.

– Se o pacote de medidas anunciado por Piñera contribuirá para gerar maior patrimônio, 61,5% disseram que não. O nível de aprovação da gerência de Piñera é de 13,9% e no segmento de 18 a 30 anos é de apenas 7,9%.

– 59% dos entrevistados acreditam que a democracia no Chile está em perigo e entre 31 e 40 anos, 64,9 diz isso.

Essas pesquisas relatadas por Leonardo Vera foram feitas antes do grande swarming de 25 de outubro, mas tanto faz. Não explica do mesmo jeito. Há dados para múltiplas conclusões, inclusive contraditórias. Não adianta perguntar para as pessoas, uma a uma, o que elas acham disso ou daquilo. Como em qualquer processo de auto-organização ou de ordem emergente, o comportamento coletivo não é um somatório de preferências individuais.

Vejamos, brevemente, o que não explica o 25 de outubro chileno (assim como não explicou o junho de 2013 no Brasil, na Turquia e no Egito).

O conteúdo (a pauta) – por incrível que pareça – não é relevante para explicar o fenômeno. São muitas pautas. Cada manifestante, por assim dizer, tem a sua própria pauta. O que precisa ser explicado é a combinação de miríades de pautas implícitas numa grande “pauta” difusa (contra o sistema, seja lá o que for).

A composição política, identitária ou censitária dos grupos que convocaram o protesto também não é fator relevante para entender o que se produziu e como se produziu. Não há homogeneidade política, cultural ou social entre os interagentes. Ainda que se possa dizer que a existência de uma classe média empobrecida é condição fundamental para ensejar o fenômeno, isso não explica o que aconteceu.

Para entender swarmings como o chileno de 25 de outubro de 2019, assim como para entender o junho de 2013 no Brasil, na Turquia e no Egito, é necessário investigar a fenomenologia da interação social em mundos altamente conectados (o clustering, o cloning, o swarming, o crunching, a reverberação, o looping de recursão, os múltiplos laços de retroalimentação de reforço ou feedback positivo etc.).

Swarmings, como o chileno, não são bons nem maus. Não têm intenção, nem a favor nem contra a política, nem a favor nem contra a direita ou a esquerda. São a emersão de poderosas correntes subterrâneas do espaço-tempo dos fluxos. Essas correntes vêm à tona em razão da constelação particularíssima de numerosos fatores que não podem ser conhecidos de antemão (ex ante à interação).

O único fator genérico que se conhece é uma insatisfação generalizada e difusa com o sistema (seja lá o que os manifestantes entendam por isso).

Como comentou no Facebook o Fernando Baptista: Ou seja, uma emoção e um impulso comuns originados por infinitas causas diferentes (e contraditórias em certa medida)”.

São revoltas sociais contra o sistema. Mas não é o sistema entendido como modo-de-produção capitalista (ou socialista). Não é o sistema entendido como um governo de direita (ou de esquerda). O mesmo que aconteceu anteontem contra o governo de Piñera (dito de direita) pode acontecer amanhã na Bolívia, contra o governo de Evo (dito de esquerda). Em fevereiro de 2014 aconteceram também swarmings gigantescos na Venezuela, contra o governo bolivariano de Maduro (e que não devem ser confundidos com a ação de pequenos grupos radicalizados que ocorreram nos 5 anos seguintes).

O sistema em questão, do qual as pessoas têm uma vaga apreensão que não conseguem explicar racionalmente, tem a ver com os padrões sociais de organização prevalecentes na forma Estado-nação, notadamente hierárquicos, no dealbar de uma sociedade-em-rede. São espasmos de sociedades que não cabem mais dentro de seus Estados.

Em artigo publicado em 16/05/2019 elenquei as características dessas manifestações sociais que ocorrem neste século:

Para perceber e interpretar a recorrência dos mesmos padrões é necessário investigar as redes (que não são as mídias como Facebook, Twitter, WhatsApp). Mas alguns analistas não aprendem. Em junho de 2013 publiquei um livrinho sobre isso, intitulado Os 7 dias que abalaram o Brasil.

Vamos enumerar algumas características frequentes em swarmings:

 Surpresa (o número de pessoas consteladas surpreende até mesmo os convocadores que se achavam organizadores)

√ Improvisação (cada pessoa faz seu próprio cartaz, pinta sua própria faixa etc. – em geral, quanto mais mal-feito é este material, mais indica que não houve comando e controle centralizado)

√ Falta de uniformização (as pessoas não vão uniformizadas com camisetas e bonés, nem recebem esses itens de indumentária distintiva como brinde)

√ Não há (ou há pouco) arrebanhamento (as pessoas não são acarreadas, levadas de ônibus e caminhões, como nas manifestações de CUT e do MST)

√ A pauta é genérica e expressa interesses e desejos difusos (o fator detonador – que desencadeou a manifestação – é logo esquecido e ampliado: pode começar contra os 20 centavos de aumento nas passagens de ônibus mas extravasa o propósito inicial abarcando vários outros itens de insatisfação: com os serviços públicos, com o governo, com o sistema etc.)

√ Não há pagamento, jeton (nem sanduíche de mortadela com tubaína)

√ Em geral não há (ou há poucos) carros de som agitando o povo, “comandando a massa e dando as ordens no terreiro” (e esta é uma distinção importante, por exemplo, entre 2013 e 2015-2016 no Brasil)

√ Cada pessoa é sua própria manifestação (toma a iniciativa de convidar seus amigos, vai com com suas próprias pernas juntamente com seus parentes, colegas etc.)

√ Vibe pacífica (o clima geral é de confraternização, não de confronto: não há Black Blocs, por exemplo, ou eles só entram depois que as manifestações esfriam)

√ Bom humor (os cartazes fazem piadas com os governantes, tiram sarro)

√ Manifestação de uma fenomenologia da interação característica de redes distribuídas (as manifestações são convocadas centralizadamente, mas não se exercem sob um comando: o contingente constelado não obedece a diretivas e traça, na hora, os seus próprios caminhos).

Os elementos acima foram isolados a partir da observação empírica dos swarmings: no 11 de março de 2004 na Espanha; no 11 de fevereiro de 2011 na Praça Tahir, no Egito; no 15M de 2011 novamente na Espanha (os Indignados de Espanha); no 17S no Zuccotti Park em NY (o Occupy Wall Street); no 17-20 de junho de 2013 no Brasil; no junho de 2013 na Turquia (contra a demolição do Taksim Gezi); no 30 de junho de 2013 em todas as cidades do Egito (que levou à derrubada do jihadista eleito Morsi, da Irmandade Muçulmana); na revolução dos Guarda Chuvas (de setembro e outubro de 2014 em Hong Kong) et coetera.

O 25O no Chile entra na mesma categoria.

Claro que, quando acontecem, essas manifestações são logo instrumentalizadas pelas organizações hierárquicas de militantes políticos de direita e de esquerda. Esses militantes tentam até reproduzi-las, quase sempre sem sucesso. Eles ainda não viram que, no fundo e objetivamente (quer dizer, sem que seus participantes tenham consciência disso), essas revoltas sociais são também contra o modo como se organizam e atuam as suas organizações corporativas e políticas que, ao fim e ao cabo, são decalques do Estado. E os nossos analistas políticos não viram ainda porque eles não viram isso. Porque também não viram a diferença entre uma revolta social contra “o sistema” e uma revolução política contra um governo ou um regime político.

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