Augusto de Franco
Como Bolsonaro levou desnecessariamente milhares de pessoas à morte
1 – MINIMIZOU A COVID-19 | Disse que era uma gripezinha, que não iriam morrer mais do que 800 pessoas, que a doença só ia atingir idosos com comorbidades (que já iam morrer mesmo), que pessoas jovens e saudáveis estavam seguras e desacreditou os números de hospitalizados e mortos (afirmando que a maioria estava morrendo de outras doenças, mas computadas como Covid e ainda insuflando seus seguidores a invadirem hospitais para provar, gravando vídeos, que não havia superlotação de UTIs). Com isso, muitas pessoas acreditaram e não tomaram os cuidados sanitários necessários, se infectaram e, várias delas, faleceram.
2 – SABOTOU O DISTANCIAMENTO SOCIAL | Em plena pandemia promoveu aglomerações, saiu sem máscara, abraçou as pessoas, carregou crianças no colo, tossiu sobre a multidão e repetiu inúmeras vezes que era preciso deixar de ser maricas e enfrentar a doença. Com isso, muitas pessoas acreditaram e continuaram frequentando aglomerações, se infectaram e, várias delas, faleceram.
3 – RIDICULARIZOU AS MÁSCARAS | Não usou máscara, mentiu que elas não funcionavam no transporte público lotado, desestimulou o seu uso nos locais de trabalho (inclusive no Palácio do Planalto) e insinuou que quem usava máscara era mulherzinha e veado. Com isso, muitas pessoas acreditaram nas suas mentiras, se recusaram a usar máscaras, se infectaram e, várias delas, faleceram.
4 – DISSE QUE FICAR EM CASA NÃO RESOLVE | Declarou que quem fica em casa está tirando férias ou arranjando uma desculpa para não ir trabalhar, mentiu que as pessoas se infectam mais em casa do que na rua, no transporte ou no trabalho e que ainda ficam com problemas mentais e se suicidam. Repetiu ainda que ficar em casa causaria uma crise econômica que acabaria matando mais do que o vírus. Com isso, muitas pessoas acreditaram, saíram para as ruas, se infectaram e, várias delas, faleceram.
5 – RECEITOU FALSOS REMÉDIOS | Inventou um tratamento precoce inexistente, receitou cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e outros medicamentos ineficazes para a Covid (alguns com perigosos efeitos colaterais), inclusive determinando que o ministério da Saúde recomendasse o falso tratamento. Com isso, muitas pessoas passaram a tomar esses remédios, acharam que estavam protegidas da doença, se infectaram e, várias, faleceram (algumas, inclusive, dos efeito colaterais das drogas).
6 – FOI CONTRA AS VACINAS E DEIXOU DE ADQUIRI-LAS QUANDO ISSO ERA POSSÍVEL | Inventou que as vacinas não eram seguras, que iam causar alterações genéticas nas pessoas (que poderiam virar jacaré), afirmou que a maioria da população não ia querer tomar vacina, sugeriu que a Coronavac era uma “vachina” (a “vacina chinesa do Dória”) que nenhum país, nem a China, queriam, proibiu que o ministério da Saúde adquirisse o imunizante do Butantan, recusou a compra de 70 milhões de doses da Pfizer, não negociou outras vacinas e declarou que ele mesmo não tomaria vacina. Com isso, faltaram as doses necessárias para imunizar a população (apenas 2,2% dos brasileiros foram imunizados – com duas doses – até agora), quando se sabe que mais pessoas vacinadas ajudariam a diminuir a pressão sobre o sistema de saúde e evitaria, pelo menos em parte, o colapso hospitalar que está tirando vidas.
7 – JOGOU A POPULAÇÃO CONTRA GOVERNADORES E PREFEITOS | Orientou sua facção a espalhar a fake news de que ele deu dinheiro aos governadores que desviaram os recursos com corrupção sendo este o real motivo da falta de leitos de UTI e atacou pessoalmente governadores e prefeitos imputando-lhe a culpa pelas mortes. Com isso muitas pessoas acharam que não deviam seguir as orientações dos seus legítimos governantes eleitos e organizaram manifestações contra medidas de distanciamento social, não obedeceram as normas sanitárias, se infectaram e, várias delas, morreram.
8 – DESORGANIZOU O MINISTÉRIO DA SAÚDE | Demitiu por motivo torpe o ministro da Saúde Mandetta, nomeou Teich e o demitiu em seguida por ele ter se recusado a adotar o remédio fraudulento cloroquina, nomeou Pazuello, um general incompetente e capacho para a pasta, responsável pela crise do oxigênio em Manaus, aparelhou o ministério com outros militares ainda mais incompetentes dispensando os nossos melhores quadros da administração, deixou faltar remédios básicos para o tratamento da Covid-19. Com isso, o ministério da Saúde e inclusive o Programa Nacional de Imunização ficaram paralisados, o SUS deixou, na prática, de ser um ente federado e houve um colapso hospitalar que ceifou desnecessariamente milhares de vidas.
9 – SE RECUSOU A COORDENAR NACIONALMENTE O COMBATE À PANDEMIA | Mentiu que o STF tirou-lhe o poder de combater a pandemia (pois o poder que ele queria era o de proibir que governadores e prefeitos adotassem medidas de distanciamento social) e nunca fez uma campanha para orientar os brasileiros sobre a doença e as medidas necessárias para evitar a contaminação. Com isso, muitas pessoas ficaram sem saber como agir, se revoltaram contra seus governantes que decretaram medidas restritivas, se aglomeraram, se infectaram e, várias, morreram.
10 – DEIXOU FALTAR O AUXILIO EMERGENCIAL POR VÁRIOS MESES | Reduziu o auxilio emergencial de 600 reais (sugerido e aprovado pelo Congresso) para 300 reais e, depois, para zero nos meses mais graves da pandemia (janeiro, fevereiro e março de 2021). Com isso, muitas pessoas foram obrigadas a quebrar o distanciamento, saindo de casa para conseguir de qualquer jeito comida, remédios e outros bens de consumo vitais para a sobrevivência, se infectaram e, várias delas, faleceram.
Com tudo isso chegamos, por baixo, a 12,5 milhões de infectados e 311 mil mortos.
Não é nem caso somente para impeachment, mas de condenação por crime contra a saúde pública. Quem fez tudo isso não pode ficar impune.
