Augusto de Franco
O vídeo do dementador Olavo de Carvalho e a convocação do monarquista Allan dos Santos – atendendo ao apelo olavista – para a formação de um partido (na verdade uma organização revolucionária) bolsonarista, vão colocar a disputa política num outro patamar de acirramento. Claro que esse Allan é apenas um desqualificado que quis surfar na onda reacionária em curso no Brasil e no mundo. Mas o bolsonarismo é assim mesmo: com raras exceções, uma aglomeração de desqualificados.
Muita atenção para isso. Porque a iniciativa terá também condições de comprovar o que estamos dizendo desde a eleição do Jair: o bolsonarismo vai revelar seu verdadeiro tamanho (10%, no máximo, dos eleitores de Bolsonaro).
A convocação: https://bit.ly/2mjIKL2
MILITÂNCIA PRÓ-BOLSONARO
Como explicou o Prof. Olavo nesse vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=AkdxMZOUcK4) é de suma importância que tenhamos uma base de apoio ao Presidente Bolsonaro.
Preencha abaixo seus dados que em breve entraremos em contato.
IMPORTANTE: Seus dados ficarão sob o mais absoluto sigilo.
Atenciosamente,
Allan Dos Santos.
O vídeo
É claro que estão tentando formar uma organização revolucionária (para trás, quer dizer, reacionária) bolsonarista, ou seja, uma organização de militantes.
Também está claro quem são os bolsonaristas. Não, não são os simples eleitores normais de Jair Bolsonaro em 2018.
Em artigo recente já mostramos que existe, sim, uma organização bolsonarista (ainda que informal). Agora parece que eles estão querendo abrir o processo de expansão dessa organização.
O tal pastor Marcos Feliciano revelou ontem (15/09/2019) num tweet quem compõe o bolsonarismo:
QUEM SÃO OS BOLSONARISTAS
Trocando em miúdos, bolsonaristas são, para Marcos Feliciano:
1 – Evangélicos fundamentalistas neopentecostais
2 – Seguidores do dementador Olavo de Carvalho (e, é claro, de Steve Bannon e outros teóricos do nacional populismo autoritário)
3 – Liberais-econômicos (que são i-liberais políticos e, como tais, não têm vergonha de prestar serviços a qualquer autocrata que lhes promovam a czares da economia)
4 – Católicos tradicionalistas (tipo TFP ou Opus Dei ou que, até hoje, não aceitaram as mudanças introduzidas pelo Concílio Vaticano II e rejeitam o papa Francisco)
5 – Ruralistas atrasados (que até hoje não acreditam em proteção ambiental e, a rigor, em qualquer ciência)
6 – Empresários dinheiristas (que apoiam qualquer governo que lhes favoreça)
7 – Militares (saudosos da ditadura militar, que nunca se conformaram com a abertura e que têm por heróis torturadores e assassinos como Brilhante Ustra)
8 – Policiais (militares e civis, que querem licença para matar e acham que esse papo de direitos humanos não passa de defesa de bandidos)
9 – Apoiadores do punitivismo lavajatista (que promovem cruzadas de limpeza ética e querem purificar o mundo, separando os bons dos maus a partir de corporações enquistadas no Estado)
10 – Sequazes fanáticos do líder máximo (uma espécie de führer) Jair Bolsonaro (que, como prega Olavo, não devem defender ideias e sim defender cegamente uma pessoa e atacar cegamente seus inimigos).
Ou seja, quase todos os tipos de adversários da democracia.
Parece óbvio que militares de alta patente que apoiam Bolsonaro, em sua grande maioria, não vão entrar nessa. Mas a baixa oficialidade, assim como policiais bolsonaristas, já devidamente dementados, não têm porque não aderir. Assim como não têm motivos para não se cadastrar na “rede” de militantes pró-Bolsonaro, boa parte dos listados acima, como os bolsominions mais ideologizados (incluídos a tiazinha do zap e os aposentados classe média que tomam a política como uma espécie de torcida de clube ou de igreja) e, sobretudo, o rebotalho humano composto por reacionários movidos por preconceitos anti-humanizantes e sujeitos baixo-nível de vários matizes (inclusive milicianos).
