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Tolerância zero

Um dos problemas da democracia é ser por demais tolerante com os que usam a liberdade que ela proporciona para restringir as liberdades. Vejam agora o caso dos bolsominions (as pessoas-bot) e seus bots. Eles poluem o ambiente do debate público de tal maneira que ameaçam desativá-lo.

Não é possível deixar de ver que os bolsonaristas não são players válidos da democracia. É necessário isolá-los antes que causem estragos irreversíveis à democracia e degenerem completamente o ambiente democrático. A tolerância com esses falsificadores deve ser zero.

Não se deve ter o menor escrúpulo em bloquear sumariamente esses agentes. Como escreveu Ricardo Coimbra, no Facebook, em 21/04/2020:

“Quem não entendeu até agora tem que entender: não tem debate com bolsonarista. Eles não usam as interações nas redes pra conversar. Usam pra veicular propaganda política que recebem pelo Whatsapp (espalhada por lá com dinheiro público, obviamente). Quando você responde a um bolsonarista, você não está enfrentando nada. Ele não está disputando um argumento com você. Ele não está sequer conversando com você. Ele só quer espaço do seu post pra colocar a propaganda dele. Quando você responde a ele, a propaganda dele ganha relevância no algoritmo e mais visibilidade (sobretudo se a discussão se arrastar por muitas réplicas e tréplicas). É bait. Truque básico de comunicação digital no qual seguimos caindo. Se você conversar com ele, ele ganhou espaço e, portanto, venceu. Ele quer espaço. Qualquer espaço. São parasitas do ambiente virtual e seu post é o hospedeiro. Tá na hora de outro tipo de isolamento”.

#MoroTraidor, #ImpeachmentDoDoria, #MaiaTemQueSair, #STFVergonhaNacional são exemplos de hashtags levantadas artificialmente por bolsonaristas com o uso de bots. Para eles, tudo que contraria ou se opõe à Bolsonaro precisa ser destruído, não só as pessoas, mas também as instituições da democracia.

Além da pressão democrática sobre o Twitter, o Facebook, o Instagram, o Youtube e o WhatsApp para que mudem algumas de suas funcionalidades e algorítimos que permitem essa manipulação, a sociedade deve adotar medidas emergenciais de isolamento desses canalhas, bloqueando-os sumariamente em todo lugar em que aparecerem.

Mais do que isso, porém. Sabemos que essas campanhas autocráticas são alimentadas por cerca de 200 hubs da rede descentralizada bolsonarista, cujo comando está na família do presidente Bolsonaro.

Esses 200 hubs alimentam diariamente cerca de 50 mil bolsominions com posts e memes de ataques à democracia. É preciso, além de isolá-los, denunciá-los diariamente.

Sim, o bolsonarismo como corpo orgânico é um grupo muito reduzido (seus militantes-full não passam de algumas poucas dezenas de milhares de pessoas, bots não contam). Não se fale dos eleitores de Bolsonaro (como dizia Tancredo, “votos você não tem, você teve”). Não se fale, também, dos admiradores de Moro, que estão escapando. Nem dos evangélicos arrebanhados por bispos vigaristas, que mudarão com o vento ao menor cheiro de carne queimada.

Sabemos já seus nomes e sobrenomes. Basta procurar no Twitter, no Face, no Insta e no Youtube para achar várias barbaridades contra a democracia (e, agora, contra a saúde pública) expelidas por esse pessoal. Não tem erro. Cada enxadada, uma minhoca.

Não são todos, evidentemente, mas apenas alguns dos principais hubs da rede descentralizada bolsonarista.

Abraham Weintraub
Alan Frutuoso
Alberto Silva (Giro de Notícias)
Alexandre Garcia (jornalista)
Alexandre Knoploch (deputado estadual PSL RJ)
Alexandre Pacheco
Allan dos Santos
Allienne da Costa Mendonça
Ana Caroline Campagnolo
Ana Paula
André Assi Barreto
André Petros Angelides Junior
Arthur Weintraub
Augusto Nunes (jornalista)
Bárbara Te Atualizei
Bene Barbosa
Bernardo Kuster
Bia Kicis
Bruno Engler (deputado estadual PSL MG)
Bruno Garschagen
Caio Coppolla (que se diz comentarista)
Camila Abdo (uma das “divas da opressão”)
Carla Zambelli
Carlos Bolsonaro
Carlos Jordy
Caroline de Toni
Célio Faria Júnior (membro do “gabinete do ódio”)
Claudia Wild (auxiliar de Allan dos Santos)
Claudio Humberto (jornalista)
Cleber Teixeira
Coronel Nishikawa (deputado estadual PSL SP)
Damares Alves (trata-se de uma fundamentalista-evangélica levada ao bolsonarismo pelas circunstâncias)
Daniel Ferraz
Davy Albuquerque (editor do site Conexão Política)
Diego Garcia
Dona Regina
Douglas Garcia (deputado estadual do PSL SP)
Edson Salomão (Direita São Paulo)
Eduardo Bolsonaro
Eduardo Matos de Alencar
Emílio Carlos (TV Nossa Senhora de Fátima)
Emilio Dalçoquio (empresário que puxou o locaute dos caminhoneiros)
Enzuh
Ernesto Araújo
Fábio ClickTime
Fabio Wajngarten
Fávio Gordon
Fernanda de Salles Andrade (do site Terça Livre, de Allan dos Santos)
Fernando Lisboa (o do Vlog)
Fernando Melo
Filipe Barros (deputado federal do PSL PR)
Filipe Eduardo
Filipe Martins (o Sorocabannon, o Robespirralho, que compõe o núcleo palaciano mais íntimo da família Bolsonaro e que, na prática, coordena – junto com Carlos Bolsonaro – o chamado “gabinete do ódio” homiziado no terceiro andar do palácio do Planalto)
Filipe Trielli
Filipe Valerim (e a galera do Brasil Paralelo, que se esforça para não aparecer)
Flávio Bolsonaro
Flavio Morgenstern (Flávio Azambuja Martins)
Flavio Rocha
Gil Diniz (o Carteiro Reaça, deputado estadual em SP)
Guilherme Fiúza (jornalista)
Gustavo Schmidt (deputado estadual do PSL RJ)
Helio Lopes
Ipojuca Pontes (jornalista)
Italo Lorenzon
Jair Bolsonaro
Jhonatan da Silva Valencio Costa (John Valencio)
João Vinicius Manssur (advogado de Fakhoury)
José Carlos Sepúlveda
José Márcio Opinião
José Matheus Sales Gomes (membro do “gabinete do ódio”)
Josemi de Deus
Leandro Ruschel
Left Dex
Leonardo Barros (que se identifica como “Bolsonéas”)
Leonardo Oliveira (o tal L0en, publicitário)
Letícia Catelani
Lilo VLOG
Luiz Camargo
Luiz Philippe de Orleans e Bragança
Marcelo Frazão
Marcelo Reis
Marcio Labre
Marco Feliciano
Marcos Falcão
Mateus Matos Diniz (membro do “gabinete do ódio”)
Mauro Fagundes
Meyer Nigri
Olavo de Carvalho
Onyx Lorenzoni
Osmar Stábile
Paula Marisa (que se identifica como “diva da opressão”)
Paulo Enéas (editor do Crítica Nacional)
Percival Puggina (jornalista)
Ricardo de Aquino Salles
Ricardo Ribeiro
Ricardo Roveran
Roberto Alvim
Roger Moreira
Sara Winter
Silas Malafaia
Silvano Silva
Silvio Grimaldo
Steh Papaiano (Stefanny Aparecida Ribeiro, “diva da opressão”)
Taiguara F. de Sousa
Tarciso Morais (Renova Mídia)
Tatiana Alvarez
Tércio Arnaud Tomaz (membro do grupo palaciano “gabinete do ódio”)
Tonho Drinks
Wellington Silva Santos

Também conhecemos os nomes e sobrenomes dos empresários que pagam ou apoiam essa máquina formidável de manipulação da opinião pública. Esses empresários também devem ser alvos de campanhas sistemáticas de esclarecimento sobre sua atuação deletéria e de boicote aos seus negócios.

Apenas para dar alguns exemplos, destacam-se:

Havan (Hang), Madero (Durski), Coco Bambu (Barreira), Bio Ritmo e Smart Fit (Corona), Centauro (Bonfim), Polishop (Apolinário), Riachuelo (Rocha), Gazeta do Povo (Cunha Pereira), Beauty’in (Arcangeli), Ampla Projetos (Ribeiro Júnior), Bemisa e Galápagos (Pessoa), FKO Empreendimentos e Mauá Investimentos (Fakhoury), Gocil (Cinel), Madetec (Morassutti) etc.

Depois de tudo que se descobriu, a situação não mudou um milímetro. Os robôs de Bolsonaro, financiados por empresários que já conhecemos, continuam diariamente falsificando a opinião pública nas mídias sociais, destruindo reputações, ameaçando e intimidando quem pensa diferente. Muito provavelmente o inquérito do STF e a CPMI das Fake News do Congresso Nacional já chegaram a esses nomes (e a outros).

NADA DE TOLERÂNCIA COMO OS INIMIGOS DA LIBERDADE E DA VIDA

Chega de tolerar os que usam a liberdade para matar a liberdade. Tolerância zero com esses malfeitores. E o pior é que eles – durante a pandemia do coronavírus – estão ameaçando também a vida da população.

Eles estão repetindo que a pandemia não passa de uma invenção dos comunistas (chineses) e dos globalistas para destruir a civilização ocidental. Assim, sabotam diariamente as medidas de distanciamento social para retardar a propagação do coronavírus.

Em suma, estão divulgando diariamente, pelo menos as seguintes treze mentiras:

1 – A Covid-19 é mais uma gripe igual as outras

2 – O SARS-Cov-2 matará menos do que o H1N1

3 – Uma epidemia respiratória tem uma duração certa e são inúteis quaisquer medidas para retardá-la

4 – É melhor deixar a população se infectar para adquirir anticorpos

5 – Só morrem os velhos com doenças (que mais cedo ou mais tarde morrerão de qualquer jeito)

6 – Somente idosos e doentes devem ficar isolados (isolamento vertical) e é inútil ou contraproducente manter adultos, jovens e crianças em isolamento (horizontal)

7 – Quarentenas só aumentam a propagação da infecção

8 – O coronavírus não se propaga em climas quentes

9 – O brasileiro está mais imunizado por estar habituado a chafurdar no esgoto

10 – Quem fez (ou faz) exercícios físicos (atletas) tem menos chances de sofrer os efeitos da Covid-19

11 – A cloroquina tem eficácia comprovada para curar a Covid-19 e está sendo escondida da população pelos interessados em aumentar a tragédia

12 – Os hospitais estão vazios e estão inflando o número de mortos, tipificando como Covid-19 mortes por outras causas

13 – O desemprego vai matar mais do que o vírus

Bem… aí já não se trata apenas de crime contra a democracia e sim de crime contra a humanidade. Ao sabotar as medidas de contenção da propagação viral, estão levando pessoas à morte.

Não podem mais ser tolerados.

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