Não dá mais. Precisamos de gente nas ruas, com todos os cuidados sanitários possíveis, exigindo o fim do governo Bolsonaro.
Mas não adianta fazer uma manifestação por mês. Esse Filho de Putin só cai se a onda for mais contínua. Tem que ser naquela base do “AMANHÃ VAI SER MAIOR”.
É difícil, todos sabemos. E não depende de quem convoca e ainda imagina que pode organizar e comandar “as massas”. (Esse pessoal, 10 anos depois, ainda não entendeu quase nada de rede – que, aliás, confunde com mídias sociais).
A maioria das pessoas – que não é da esquerda ou da direita não-bolsonarista e/ou morolavajatista – pode ir a qualquer manifestação, seja convocada pelo PT e seus satélites políticos ou suas correias de transmissão no movimento social, seja pelo MBL, ou pelo VPR – tanto faz.
O importante é a dinâmica social, não as cores das bandeiras de quem quer convocar e ter a ilusão de que dirige. É a fenomenologia da interação que pode produzir (ou não) um swarming. Isso depende dos graus de distribuição, conectividade e interatividade da rede. E só imensos exameamentos – que constelem verdadeiras multidões nas ruas – terão a força para tirar Bolsonaro da presidência.
Por isso, a orientação dos humanistas e democratas não poderia ser mais clara.
Convoquem manifestações pelo fim do governo Bolsonaro. Sejam os convocadores ditos de esquerda ou de direita (não-bolsonarista). Que se danem as bandeiras. Se não forem eventos unificados, que sejam vários. Precisamos de manifestações mais frequentes.
Sim, não custa repetir: precisamos de mais manifestações pelo fim do governo Bolsonaro. Não precisam ser unificadas. A unidade surgirá no processo desde que se mantenha o objetivo central: Bolsonaro não pode ficar na presidência por mais 557 dias. As pessoas escolherão as manifestações a que querem ir. Depois tudo se juntará, objetivamente, independentemente de nossas vontades.
Portanto, convoquem manifestações pelo fim do governo Bolsonaro. Não precisa de estrutura, de ônibus para levar pessoas, de carros de som, de palanques, de bandeiras, de faixas e cartazes já prontos, de jeton e nem de sanduiche de mortadela. Lembrem que junho de 2013 não tinha nada disso.
Manifestações contra o governo Bolsonaro só precisam de uma coisa: o objetivo de interromper o mandato do genocida. Podem ser passeatas, carreatas, bicicleatas, motociatas, panelaços, apitaços, ocupações de praças. Não importa quem está convocando: se esquerda, direita ou centro.
“Ah! Mas o Lira não vai colocar em votação um pedido de impeachment”. Não importa. Se milhões se manifestarem nas ruas exigindo o impeachment ou a renúncia de Bolsonaro, não há força que resista. Nem Lira, nem as milícias policiais, nem mesmo os generais.
O MBL (direitista) e o VPR (morolavajatista) não querem ser comandados pelas frentes de esquerda (lulistas)? Tudo bem. Mas nada os impede de puxar manifestações pelo fim do governo Bolsonaro. Numa democracia, ninguém deve pretender o monopólio das ruas.
E a lógica não pode ser a do egoísmo grupal. “Ah… nós somos experrrtos! Não vamos botar azeitona na empada de Lula, não vamos ser puxados pelo nariz e ser descaracterizados pela esquerda”. Ora… se é assim, então que puxem suas próprias manifestações. E convidem todo mundo que quer apear Bolsonaro do poder. São correntes de opinião e movimentos sociais ou empresas que calculam o que vão ganhar ou perder como corporação?
Nós, os democratas e os humanistas apoiaremos e compareceremos a qualquer manifestação, desde que o objetivo seja tirar Bolsonaro do poder antes que seja tarde.