A única garantia de impeachment é gente nas ruas
Segundo os defensores do impeachment, eles teriam hoje 349 votos a favor, podendo crescer até domingo para 360. Segundo o governo, os deputados contra o impeachment reúnem entre 180 a 207 votos (os mais tresloucados falam até em 220 votos).
Segundo o placar da Veja, o impeachment tem 326 a favor (e neste caso faltariam 16 para os 342 votos necessários) e 128 contra. Os indecisos são 27, os quais devem ser somados aos 32 que não responderam (perfazendo um total de 59 votos indefinidos).
Segundo o placar do Estadão, o impeachment tem 332 a favor (e neste caso faltariam 14 votos para aprovar a medida), 124 contra, 25 indecisos e 32 não quiseram responder (somando 57 indefinidos).
Segundo o placar da Folha, o impeachment tem 308 a favor (e neste caso faltariam 34 votos) e 117 contra. Os indecisos são 30. Aos quais devem ser somados os 27 que não declararam, os 25 que não responderam e os 6 que não foram encontrados (dando um total de 58 indefinidos).
Segundo o mapa do Vem Prá Rua, os favoráveis são 324, os contrários são 112 e os indecisos (incluindo os que não responderam ou não foram encontrados) são 77 (mas este número não está claro e não bate com outros levantamentos).
Deixando de lado o cálculo dos que estão arregimentando votos a favor e contra o impeachment temos o seguinte:
Os favoráveis vão de 308 a 326. Na melhor hipótese faltariam 16 votos para aprovar o impeachment.
Os contrários vão de 112 a 128. Na melhor hipótese faltariam 43 votos para barrar o impeachment.
Os declaradamente indecisos vão de 25 a 30.
Os que não quiseram responder ou não foram encontrados vão de 31 a 32.
Matematicamente falando há uma zona cinzenta de cerca de 66 deputados indefinidos ou pouco definidos (algo assim como “ligeiramente grávido”). Esta é a zona da disputa.
Mas como há uma onda a favor do impeachment, o mais provável é que a maioria desses deputados acabem aderindo ao voto a favor. Se isso ocorrer, na pior hipótese, o impeachment será aprovado com mais 34 votos.
Como tudo muda muito rapidamente, é provável que alguns números acima estejam errados. Mas não a ponto de inviabilizar a conclusão. Se não houver um fato extraordinário, o impeachment deve ser aprovado na Câmara.
Mas esses cálculos matemáticos não obedecem a um fluxo político. A probabilidade de haver um fato extraordinário que reverta o impeachment (compra em massa de deputados pelo governo, escândalo forjado para acuar os defensores do impeachment, golpe do PT com ou sem a ajuda do STF et coetera) vai na razão inversa do número de gente nas ruas pró-impeachment a partir de hoje (quinta-feira, 14) até o final de domingo (17 de abril).
Portanto, o que a política diz é o seguinte: a única garantia de impeachment é gente nas ruas.



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