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O foco da oposição popular

A oposição popular não será protetora de Temer e muito menos escada para Marina ou para Aécio

Quem experimentou a grande efervescência social que vem ocorrendo no Brasil a partir de junho de 2013 e, em especial, em 2015 e 2016, sabe que a oposição popular que emergiu nas ruas nada tem a ver com Temer. Ele assumirá porque é o vice. E porque a titular cometeu crimes e deve ser impedida. Só isso.

Temer não foi escolhido e nem será ungido pelas ruas. É um governo tampão, que terá de se virar com os atores do sistema político realmente existente e não tem à sua disposição um plantel de irmãs Carmelitas Descalças.

Esses velhos atores que agora estão com Temer são o que são: até ontem estavam no governo do PT (e não viam grande problema nisso e nem o PT via grande problema nisso).

Como, constitucionalmente, não poderá haver eleição antecipada, o sistema político não se renovará assim da noite para o dia (e mesmo que houvesse em 2016 eleições gerais, isso não adiantaria muita coisa: atores semelhantes aos atuais seriam eleitos, alguém duvida?).

A oposição popular, ao que tudo indica, não poderá ser usada para salvar Temer e nem para crucificá-lo, abrindo espaço para que oportunistas, que nunca tiveram a decência de fazer oposição, açambarquem eleitoralmente o poder em 2018.

A oposição popular – se se mantiver na vibe que a caracterizou até agora – vai continuar exercendo a resistência democrática contra um velho sistema político que apodreceu. E defendendo a transição democrática em curso como uma oportunidade de redemocratização do país (que foi vítima de um processo de autocratização da política levado a cabo pelo PT). Seu principal papel, portanto, é impedir a volta desse projeto autocrático ao poder.

Segue assim o que vinha. Sempre foram três os objetivos da oposição popular: saída de Dilma, prisão de Lula e extinção do PT. O primeiro está encaminhado. Faltam os outros dois. Após o impeachment de Dilma, o foco da oposição popular deve ser cobrar para que Lula pague pelos seus crimes na cadeia e propor a extinção do partido que virou uma verdadeira quadrilha.

Sim, após o impeachment de Dilma, ainda estaremos em Dagobah!

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