Veja por que você – que quer combater toda corrupção, venha de onde vier – pode ser um aliado objetivo do PT
Os tolos que se deixam capturar em cruzadas contra a corrupção podem acabar cumprindo o papel de principais aliados do PT. Eles ajudam a confundir a corrupção com objetivos estratégicos, feita pela máfia montada e dirigida por Lula e Dirceu, com a corrupção praticada há milênios, em qualquer época e lugar, pelos mais diversos atores políticos.
Ao dizer que toda corrupção é crime e deve ser combatida (o que é verdade) eles não passam de inocentes úteis aplicando sem querer o Golpe Thomaz Bastos:
“Ora, se todo mundo é corrupto, por que sacrificar apenas o PT?”
Os escritórios de advocacia acionados pelas defesas dos delinquentes petistas se especializaram em promover tal confusão, segundo a qual
“Tudo não passa de caixa 2, que todo mundo faz”.
E aí os basbaques moralistas, analfabetos democráticos, caem na esparrela, repetindo como tontos que
“Todos devem ser igualmente punidos”.
É claro que todos devem ser punidos, mas os crimes cometidos por uma máfia com o propósito de continuar indefinidamente no poder não são a mesma coisa que um assalto cometido pelo pequeno ladrão da esquina. E a diferença – eis o ponto! – não é que o PT roubou mais do que os outros, não é o montante do roubo e sim o objetivo da ação.
Os políticos que praticam a corrupção habitual não querem conquistar hegemonia sobre a sociedade a partir do Estado aparelhado pelo partido para nunca mais sair do governo.
Os políticos corruptos que infestam o país em todos os níveis da esfera pública não financiam o chavismo, o bolivarianismo e o castrismo, não se aliam a ditaduras, não têm – em geral – uma clara vocação autoritária, não querem controlar os meios de comunicação, não querem erigir um Estado paralelo para consertar a sociedade, redimir a humanidade e nos reformatar.
É por isso que os moralistas que entram na onda de combater igualmente a corrupção praticada por qualquer um – possuídos por um senso cretino de justiça, supostamente acima dos partidarismos – são hoje, objetivamente, os principais aliados da organização criminosa que foi montada e dirigida por Lula e Dirceu e que continua articulada e atuando de norte a sul do Brasil (e até no exterior).
Sim, no exterior. De onde vocês acham que saem esses protestos contra o suposto “golpe” contra Dilma? Quem organiza essas listas de intelectuais e artistas da Europa e dos Estados Unidos, pedindo o “Fora Temer”? Onde estão depositados os recursos roubados da Petrobrás e de todas (rigorosamente, todas) as estatais, senão em contas fantasmas em nome de laranjas abertas em paraísos fiscais e em offshores abertas por várias máfias empresariais sob o comando de Marcelo Odebrecht? Quem continua articulando os governos de Cuba, da Venezuela, da Bolívia, do Equador, da Nicarágua, de El Salvador e, inclusive, do Uruguai para denunciar falsamente um ataque contra a democracia no Brasil? Como está vindo o dinheiro do exterior para pagar os caríssimos escritórios de advocacia que defendem os petistas e seus aliados e como esse mesmo dinheiro virá para irrigar certas campanhas eleitorais do PT?
O PT depositou os ovos da sua corrupção com objetivos estratégicos (de fazer “a revolução pela corrupção”) dentro da carcaça podre do velho sistema político. Convenhamos, foi um golpe de mestre. Como o sistema político é corrupto mesmo, então seria impossível distinguir a corrupção petista da corrupção endêmica na política brasileira. Além do mais, o PT corrompeu todos os seus aliados, comprou aliados com dinheiro do crime, para montar um anel de ferro de cumplicidade. Quem acusará o PT, tendo recebido dinheiro da OAS e da Odebrecht? É claro que esse dinheiro, aceito por vários políticos para financiar suas campanhas eleitorais e pagar suas dívidas de campanha, não está carimbado e não pode ser separado do dinheiro usado pelo PT para financiar um esquema paralelo de poder cujo objetivo era perverter a democracia. E se Leo Pinheiro e Marcelo Odebrecht confessam agora – num jogo de cartas marcadas – que contribuíram com o Caixa 2 de Fulano do PSDB, Beltrano do PP e Sicrano do PTB, como não acreditar que as contribuições ao PT foram de mesma natureza (financiar campanhas)? É assim que o Caixa 3 petista (para financiar um Estado paralelo) é “lavado” como Caixa 2 (para financiar campanhas).
Esse esquema não é vulnerável ao moralismo dos que insuflam cruzadas contra a corrupção. Pelo contrário, tais cruzadas apenas reforçam e dão verossimilhança às explicações petistas (urdidas por Thomaz Bastos ainda em 2005, quando Lula anunciou para o mundo que o mensalão foi um erro porque o PT caiu na tentação de fazer o que todo mundo faz: Caixa 2).
Os moralistas também se deixam levar pelo marketing de que corruptos como Cunha são perigosíssimos, porque roubaram muito. É claro que Cunha roubou muito. Mas foi ele que organizou o mensalão? Foi Cunha que organizou o petrolão? Foi Cunha que usou sua influência para financiar a ditadura cubana via BNDES e com o programa Mais Médicos? Foi Cunha que entregou a Petrobrás na Bolívia ao índio de araque Evo Morales? Foi Cunha que usou o BNDES para despejar dinheiro na ditadura de Angola e em outras ditaduras africanas? Foi Cunha que apoiou a campanha de Maduro e continua apoiando seu governo ditatorial? Foi Cunha que propôs o controle social da mídia? Foi Cunha que articulou a maior máfia empresarial da história do país, com todas as grandes empreiteiras (tendo a Odebrecht no comando)? Foi Cunha que redigiu o decreto participacionista de Dilma que tinha como objetivo cercar a institucionalidade democrática vigente com os falsos “movimentos sociais” aparelhados pelo PT?
Confundir tudo que o PT fez e continua fazendo com a corrupção endêmica na política brasileira é um desastre para a democracia. E um erro brutal em termos políticos. É claro que todos devem ser punidos. Mas, para a democracia, o centro da questão é desbaratar a organização criminosa montada e chefiada por Lula e Dirceu. Todo o resto é lateral.
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