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Sucesso tático absoluto

A tática dos militantes do Fora Temer de provocar a repressão policial violenta e burra

As manifestações do Fora Temer estão sendo extremamente bem-sucedidas. Vamos ver por que.

A maioria dos manifestantes são pacíficos, querem só protestar porque estão indignados e inconformados com o impeachment. Alguns militantes tipo Black Bloc (BB mesmo e gente do MTST, UNE, CUT e outros teleguiados do PT) provocam, de modo pensado, a polícia (depredando equipamentos públicos e privados, lojas comerciais, agências bancárias e até lixeiras).

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A polícia, que nunca está preparada (em qualquer lugar do mundo é assim) para enfrentar tal situação, reprime (e a repressão, como em qualquer lugar do mundo, é sempre burra e violenta).

Algumas pessoas, que não fizeram nada contra a lei (e que estavam apenas exercendo seu direito de se manifestar numa democracia), são confundidas (pois instala-se a confusão geral) e também reprimidas no bolo. Essas pessoas, naturalmente, ficam mais revoltadas. Seus parentes e amigos ficam indignados. Êpa! Sucesso!

A grande mídia cobre tudo de maneira indistinta (até porque, na confusão geral, não consegue mesmo distinguir uma coisa de outra) e difunde imagens que reforçam a versão de que os protestos vinham acontecendo de modo pacífico até a chegada da polícia com truculência.

Aparelhos do PT – como a Mídia Ninja, do Fora do Eixo, antes financiados por Dirceu por meio de seus aparelhos de bandidos – fazem filmagens seletivas e divulgam tudo, calculadamente, nas redes sociais, aumentando a impressão de que estaria havendo uma repressão política aos manifestantes pacíficos (quando isso é falso: os manifestantes pacíficos foram atingidos no bolo, porque esta era, precisamente, a tática tipo Hamas: vitimar pessoas inocentes).

Criptopetistas infiltrados na grande imprensa, também reforçam tal narrativa que culpabiliza a polícia:

“Vejam só que absurdo, uma mulher passando mal dentro de um ônibus; e ela nem na manifestação estava”.

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Outros veículos da rede suja, escritos por militantes partidários, forjam interpretações do tipo:

“É a polícia do Alckmin que está fazendo isso”.

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Quando se pergunta por que nas enormes manifestações de 15 de março, de 12 de abril e de 16 de agosto de 2015 e de 13 de março de 2016 não houve violência, nem repressão, esses militantes respondem que é porque o PDSB estava a favor do impeachment.

E quando se mostram fotos de manifestantes encapuzados nos protestos Fora Temer carregando tochas, atirando pedras ou garrafas de gasolina, eles retrucam que se trata de agentes clandestinos da própria polícia que fazem isso para justificar a repressão.

Enfim… a tática de provocar a repressão policial a partir de pequenos grupos com objetivos de desestabilizar o governo constitucional de Michel Temer, está dando e continuará dando certo enquanto a polícia for tão burra e continuar a reprimir indistintamente com violência (em muitos casos – ou quase sempre – desproporcional).

A única maneira, no médio prazo, de não cair na armadilha é começar a atuar mais cirurgicamente, identificando e prendendo apenas (até onde for possível) os militantes que vão preparados para o confronto (por exemplo, os que levam coquetéis molotov e morteiros nas mochilas) e filmando tudo (montando vários pelotões especiais com objetivo de filmar o que está acontecendo: o melhor mesmo seria instalar câmeras Go Pro nos capacetes de todos os soldados dos batalhões de choque).

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Material apreendido com os manifestantes de 04/09/2016 em São Paulo

Isso pode ser reforçado por uma medida que foi adotada pela polícia de Vancouver. Como observou hoje em comentário no Facebook um amigo:

“O primeiro objetivo é provocar a violência policial e angariar simpatizantes, revoltados pela violência, contando também com uma mãozinha da mídia que acaba contribuindo e muito através do “espetáculo da tragédia”. Em 2011 a polícia de Vancouver não teve nem o trabalho de identificar os pontuais baderneiros. Simplesmente postou em um website e em mídias sociais as fotos daquelas pessoas no momento em que estavam cometendo algum tipo de vandalismo e solicitou aos cidadãos que os identificassem. Com o risco para o anonimato, os vandalismos simplesmente cessaram”.

Enquanto medidas assim não forem tomadas, os militantes autocráticos – que usam táticas Black Bloc, Hamas e assemelhadas – vão nadar de braçada. Escalarão a violência para obter mais repressão (sobretudo fazendo vítimas inocentes) até conseguirem juntar massas consideráveis que tornarão a repressão impossível ou ineficaz.

O QUE ESTÁ POR TRÁS DA TÁTICA DE VITIMAR INOCENTES

A chamada “Tática Black Bloc” é conhecida. Trata-se de realizar ações de propaganda para ter visibilidade na grande mídia e, com isso, conquistar a simpatia de mais pessoas para sua causa. Então o que fazem os Black Blocs? Depredam símbolos do capitalismo (como prédios de multinacionais e bancos), com isso atraindo inexoravelmente a repressão policial. O objetivo é causar o maior número possível de danos, mas não às propriedades e nem aos seus donos e acionistas (uma vez que as sedes de suas empresas estão no seguro) e sim às pessoas que se juntam aos protestos, de preferência as pessoas comuns que participam dos eventos por qualquer razão (o motivo pouco importa). Um ferimento grave e, melhor ainda (!), uma morte produzida pela ação quase sempre truculenta da polícia, é o principal indicador de que a tática funcionou. Instala-se na sociedade uma revolta com o despreparo da polícia e uma imediata inculpação dos dirigentes governamentais responsáveis pela segurança pública. Os militantes deixam então claro, nos seus meios de comunicação, que tal ou qual dirigente fez isso porque apoia a exploração do homem pelo homem ou está mancomunado às empresas capitalistas exploradoras.

Curioso que – no caso dos Black Blocs e de outros grupos anticapitalistas – eles não costumam fazer isso em Cartum, Pyongyang, Havana ou qualquer outra das 60 ditaduras que ainda remanescem no mundo. Não! Eles fazem isso, justamente, em democracias formais onde vige o Estado de direito. Porque eles querem provar que a democracia formal é apenas uma máscara para a dominação de classe.

Na verdade essa não é uma tática dos BB e sim de qualquer grupo minoritário que precisa alavancar sua força a partir do marketing. Eles não esperam destruir o capitalismo ou tomar o poder de Estado a partir dessas escaramuças e sim fazer propaganda. Essa tática só é necessária quando não há adesão massiva da população. Quando as manifestações enxameiam milhões, não é possível – nem seria necessário – adotá-la. É por isso que grupos depredadores não aparecem no meio dos protestos e sim, em geral, no seu final, quando não podem mais sofrer a coação das pessoas pacíficas que reprovariam suas atitudes. Foi exatamente assim durante os meses de junho, julho e agosto de 2013 no Brasil. Quando as pessoas pacíficas se dispersavam, apareciam os grupos violentos que se diziam Black Blocs (mas estavam a serviço do PT ou industriados pelo PSOL para afastar as pessoas pacíficas das ruas). E nestes casos eles nem mesmo depredavam apenas símbolos do capitalismo, mas equipamentos públicos, catracas de metrô, ônibus, bancas de jornais, veículos e lojas de pequenos e médios comerciantes.

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A tática de vitimar inocentes vem sendo aplicada com relativo sucesso pelo Hamas – a Irmandade Muçulmana na Palestina. Os jihadistas se instalam (inclusive com armamentos pesados, como morteiros, explosivos e mísseis) em hospitais, escolas, creches e igrejas para obter o maior dano possível (de terceiros) com os bombardeios. Como são combatentes civis (e não uniformizados) misturados à população, a ação militar (no caso, de Israel) não consegue distingui-los. E aí levanta-se um clamor mundial diante da barbaridade de uma criança morta por um foguete ou de uma habitação arrasada de uma família pobre (que nada tem a ver com o conflito). É claro que não se discute aqui se as ações militares de Israel são corretas. Ações militares sempre são incorretas do ponto de vista da democracia. Pode-se dizer apenas que elas são inevitáveis a partir do momento em que Israel quis se erigir como Estado (sem que a diáspora tenha terminado e o Messias tenha chegado, como lembram alguns judeus ortodoxos) em um território já ocupado e coalhado de autocracias islâmicas (portanto, sem aliados na região).

As esquerdas sempre usaram a tática da própria vitimização quando lutavam contra regimes que queriam derrubar. Isso foi espalhado em todo mundo pela III Internacional. Também fazia parte da cartilha de agitprop (agitação e propaganda) marxista-leninista as variantes dessa tática para criar comoção em populações civis, como a produção de vítimas (preferencialmente de terceiros inocentes mais vulneráveis: mulheres, idosos e crianças). Tudo mistificação das massas pela propaganda política e com fortes apelos emocionais. E cruel. Muito cruel.

Aqui mesmo no Brasil, durante o período da ditadura militar, a tática original foi largamente usada. Ainda havia, no caso, uma justificativa: não se combatia um Estado de direito e sim um regime autocrático, ninguém tendo a obrigação, em princípio, de acatar as leis de exceção (como os Atos Institucionais exarados pelos militares golpistas). Mas continuar praticando isso em plena vigência de um Estado de direito – com as instituições funcionando – é prova de ausência de convicções democráticas – e, poder-se-ia acrescentar, de princípios éticos – por parte dos militantes manipuladores.

Importante notar que este artigo não entrou, até aqui, na questão do conteúdo. Os que gritam Fora Temer acham que vivemos numa ditadura e acusam de golpistas todos os que negam seus argumentos com base na Constituição.

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Na verdade, os chefes da máfia petista que está sendo expulsa do governo pelo processo democrático, sabem que as coisas não são bem assim: se não se respeitasse as leis no Brasil eles já estariam presos e mortos. Mas insistem na farsa para ver se cola na população. Vejam os adesivos que mandaram fabricar para os protestos de ontem. Eles falam por si.

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