in

Mulheres chefiam governos nos regimes mais democráticos do mundo

Você conhece essas pessoas?

As pessoas da galeria acima ocupam (ou ocuparam até recentemente) os cargos de chefes de governo das principais democracias do mundo, das vinte mais bem colocadas nos rankings da Freedom House, da The Economist Intelligence Unit e do V-Dem (ver tabela abaixo).

Na galeria acima não há populista, nem de direita, nem de esquerda. Não há líder extraordinário ou extraordinária, arrebanhador ou arrebanhadora de massas, salvador ou salvadora da pátria.

Há uma exceção: o Boris Johnson, que foi meio populista no início, porém já está de saída – o que, de certo modo, é uma evidência de que o regime político vigente no Reino Unido (uma democracia liberal) não suporta muito esse tipo de comportamento político.

No cruzamento das TOP 6 dos três rankings as mulheres são ampla maioria. Suécia (Magdalena Andersson), Noruega (Jonas Gahr Store), Dinamarca (Mette Frederiksen), Nova Zelândia (Jacinda Ardern), Finlândia (Sanna Marin). Isso é inspirador.

Vocês notaram que nas Américas só há o Canadá, Barbados, Costa Rica, Uruguai e Chile? Por que?

Bem, antes de qualquer coisa porque, do ponto de vista da democracia, não podem ser bons regimes, como é óbvio, as ditaduras (Cuba, Venezuela e Nicarágua), mas também porque não podem igualmente ser bons regimes as democracias eleitorais parasitadas por populismos (México, Argentina, Brasil, Bolívia, Equador, Honduras, El Salvador, Peru e, talvez, Colômbia). Todos os outros regimes eleitorais das Américas – mesmo quando não estejam parasitados por populismos – são democracias de baixa intensidade.

Vocês notaram que os Estados Unidos não estão entre os vinte primeiros colocados em nenhum ranking de democracia? Isso já é assim há muito tempo (os EUA são uma democracia cadente, ainda que a cultura democrática de parte da sua sociedade esteja garantindo que se mantenham até agora como uma democracia liberal).

Há quem prefira ditaduras – há gosto pra tudo (deve ser algum tipo de masoquismo).

Há quem prefira regimes eleitorais comandados por caudilhos – em geral, os que têm uma estranha predileção por ser cavalgados (idem).

Democratas liberais, entretando, preferem os regimes listados na tabela acima. Por razões óbvias. Ou será que não são tão óbvias assim (sobretudo para analfabetos democráticos)?

O que pode acontecer com a volta do PT ao governo: um aviso

A construção de uma alternativa democrática no Brasil