A oposição popular contra um velho sistema político que apodreceu está viva
A oposição popular que emergiu das ruas a partir de 2013, vai afinal assumindo seu verdadeiro caráter.
Não era apenas uma oposição ao PT e seus aliados. Era uma oposição a um velho sistema político que apodreceu. E, assim, era também uma oposição ao PMDB, ao PSDB e aos partidos fisiológicos congêneres.
Esse sentimento, ainda difuso e incapaz de ser verbalizado em termos teóricos e programáticos, está presente nos milhões que continuaram ocupando as ruas e praças de todo país nos anos seguintes, sobretudo em 15 de março, 12 de abril e 16 de agosto de 2015 e em 13 de março de 2016.
Foi essa oposição popular, que se organiza em rede, de forma distribuída, sem uma liderança destacada e sem um centro de comando, que conseguiu emplacar o impeachment de Dilma. Sem ela, as instituições funcionariam, sim, mas para abafar tudo.
Foi essa oposição popular que empoderou juízes, procuradores e policiais federais da força tarefa da Lava Jato e de outras operações semelhantes, para que perdessem o medo e investigassem e processassem Lula, o chefe do maior esquema de banditismo partidário e de banditismo de Estado que já foi montado na história.
E é esta mesma oposição popular – que lacrou: “Vocês não nos representam” – a única força que pode impedir que tudo termine num acordão dos que vivem mamando no velho sistema e que agora estão tácita e sordidamente unidos para enterrar a Lava Jato.
A manifestação do dia 4/12 e as manifestações que virão em seguida, consigam ou não constelar multidões equiparáveis às de 2015 e 2016, já serão pautadas contra o acordão das verdadeiras elites políticas para manter tudo como está.
As pessoas não suportam mais essas manobras dos que querem proteger bandidos políticos em nome da preservação do sistema. O sistema vai ter que mudar.
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