Lula e o PT querem um acordo de leniência para continuar existindo como força orgânica com perspectiva de voltar ao governo para tomar o poder
Contrariada com o impeachment e surda para a voz das urnas de 2016, a resistência antidemocrática – a resistência à transição democrática pós-PT – continua organizada e escalando sua atuação. Seu principal objetivo é inviabilizar o governo constitucional de Michel Temer. Para tanto, seus promotores tentam articular manifestações pelegas, invasão de escolas e prédio públicos, obstrução a qualquer medida no Congresso (PEC do teto, reforma da previdência e, inclusive, aquelas que beneficiam seus próprios clientes, como o financiamento do Fies), compra de pesquisas para inflar as chances eleitorais de Lula em 2018, além de uma orquestrada campanha nacional e internacional contra Sérgio Moro, os procuradores da Lava Jato e o judiciário em geral (acusando-os de serem instrumentos da direita e dos fascistas contra Lula e o PT).
Não podendo se defender das graves acusações que pesam contra ele, Lula resolveu denunciar e demonizar seus acusadores. Num lance desesperado para transformar tudo em guerra entre “elites” e “povo” (a tal luta de classes que está na raiz do seu pensamento estatista e conservador de esquerda), o lulopetismo (a forma particular de neopopulismo que vicejou no Brasil nas últimas décadas), dá gritos horríveis para não desaparecer. Neste exato momento estamos ouvindo esses gritos ensurdecedores.
A narrativa absurda de que houve um golpe de Estado no Brasil, vai sendo assim aprofundada no sentido de que o regime já seria, para todos os efeitos práticos, uma ditadura. Essa caracterização serve para justificar ações mais ousadas de quebra da ordem constitucional e para não mais aceitar as regulações do Estado democrático de direito (no limite, inclusive, com a evasão de Lula da justiça).
Como concluíram que não há defesa possível para Lula e para o PT, depois que foi descoberto o seu ardil de fazer a revolução pela corrupção, por dentro (quer dizer, depositando seus ovos dentro da carcaça podre do velho sistema político), os petistas e seus aliados estatistas subordinados resolveram melar o jogo democrático.
Ao que tudo indica, essas forças antidemocráticas estão se preparando para instaurar uma guerra civil fria de longa duração no país. Surpreendidas com a interrupção de sua estratégia maquiavélico-gramscista, de tomada progressiva do poder a partir do governo e de conquista de hegemonia sobre a sociedade a partir do Estado aparelhado pelo partido, a essas forças não interessa nada que não seja a sua volta ao governo central. Como é improvável que as urnas levem de novo seu chefe – o líder populista Lula – à presidência da República, vão tentar criar um caos para sabotar o governo de transição.
O fato é que o PT não quer desaparecer como força orgânica capaz de manter o projeto neopopulista com perspectiva de poder e, no limite, quer ter força suficiente para negociar uma paz (no estilo do acordo Santos-FARC) que garanta a leniência estatal para os crimes praticados pelos seus líderes.
O momento político é crucial. Ou avançamos na transição democrática ou retrogradaremos para um vale-tudo que jogará o país no abismo.
A CHAVE PARA ENTENDER A CONJUNTURA PÓS-PT NO GOVERNO
As pessoas que não conseguiram decifrar o PT não percebem a gravidade deste momento. Para tanto, seria necessário saber responder às seguintes perguntas básicas:
1 – Qual é a estratégia (ou o projeto) do PT?
2 – Qual a ideologia do PT?
3 – Qual a concepção de democracia do PT?
4 – O PT é um player válido da democracia?
5 – Os principais dirigentes do PT lutaram pela democracia?
6 – O que é o lulopetismo?
7 – O PT é populista?
8 – O PT é um partido bolivariano?
9 – Por que o PT apoia ditaduras e protoditaduras?
10 – Quais as semelhanças entre o PT e um grupo jihadista (como a Irmandade Muçulmana)?
11 – Por que o PT precisa construir continuamente inimigos?
12 – Quais as principais táticas aplicadas pelo PT para neutralizar e destruir seus inimigos?
13 – Como o PT concebe as alianças e trata seus aliados?
14 – Quais os principais riscos de fazer acordos e negócios com petistas?
15 – Por que o PT acusa de golpistas todos os que não se subordinam a ele?
16 – Quais as ameaças do PT à democracia (mesmo estando fora do governo)?
17 – Por que a corrupção do PT é diferente da corrupção dos políticos de outros partidos?
18 – Quem, afinal, comanda o PT?
19 – Por que o PT enveredou para o crime?
20 – Como os militantes do PT são recrutados e formados?
21 – Por que é inútil discutir com um militante petista?
22 – Onde estão concentrados os que apoiam o PT?
23 – Por que o PT aparelhou o Estado?
24 – Como o PT se enraizou na sociedade?
25 – Como o PT atua nas universidades e escolas?
26 – O que restou do projeto do PT para o Brasil?
27 – Por que o PT sonhava transformar o Brasil numa “Grande Bahia”?
28 – Por que não houve oposição ao PT na última década?
29 – Como surgiu uma oposição popular ao PT?
30 – Como desinfestar ou desaparelhar o Estado do PT?
31 – Como desenraizar o PT da sociedade?
32 – Como evitar que se instale no Brasil uma guerra civil fria de longa duração?
33 – Como organizar a resistência democrática (ou como desativar a resistência antidemocrática que está sendo organizada pelo PT fora do governo)?
Deixe seu comentário